Ano VII Sábado, 11 de Abril de 2009
A miséria causada pelos árabes
Nonie Darwish | 04 Abril 2009
Internacional - Oriente Médio
Os árabes alegam amar o povo palestino, mas parecem mais interessados em sacrificá-lo. Se realmente amassem seus irmãos palestinos, eles pressionariam o Hamas para parar de atirar mísseis contra Israel.
Doadores internacionais garantiram quase 4,5 bilhões de dólares como ajuda para Gaza no início deste mês. Nestes últimos anos, tem sido muito penoso para mim testemunhar a situação de deterioração humana na estreita faixa onde morei quando era criança, nos anos 1950.
A mídia tem a tendência de atribuir o declínio de Gaza somente às ações militares e econômicas israelenses contra o Hamas. Mas tal análise míope ignora a causa fundamental do problema: 60 anos de política árabe objetivando a perpetuação do status dos palestinos como refugiados sem pátria, a fim de usar o sofrimento deles como uma arma contra Israel.
Quando eu era criança, em Gaza, nos anos 1950, experimentei os primeiros resultados dessa política. O Egito, que então controlava o território, realizava operações do tipo guerrilha contra Israel a partir do território de Gaza. Meu pai comandava essas operações, executadas pelos “fedayeen”, palavra árabe que significa “auto-sacrifício”. Naquela época, Gaza já era a linha de frente da jihad [guerra santa] árabe contra Israel. Meu pai foi assassinado pelas forças israelenses em 1956.
Foi naqueles anos que a Liga Árabe iniciou sua política de refugiados palestinos. Países árabes criaram leis especiais projetadas para tornar impossível a integração de refugiados palestinos da guerra dos árabes contra Israel em 1948. Mesmo os descendentes dos refugiados palestinos que nascem em outro país árabe e moram nele por toda a sua vida não podem, jamais, obter passaporte daquele país. Mesmo que se casem com cidadãos de um país árabe, não podem se tornar cidadãos do país de seu cônjuge.
Devem permanecer “palestinos” mesmo que jamais tenham colocado os pés na Margem Ocidental ou em Gaza.
Essa política de forçar uma identidade palestina sobre essas pessoas eternamente e de condená-las a uma vida miserável em um campo de refugiados foi projetada para perpetuar e exacerbar a crise dos refugados palestinos.
O mesmo se deu com a política árabe de superpopular Gaza. A UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência Para os Refugiados Palestinos), cujo principal apoio político vem de países árabes, estimula altas taxas de natalidade, premiando as famílias que têm muitos filhos. Yasser Arafat disse que o útero de uma mulher palestina era a melhor arma que ele possuía.
Países árabes sempre se esforçam por classificar tantos palestinos quanto possível como “refugiados”. Como resultado, cerca de um terço dos palestinos em Gaza ainda vive em campos de refugiados. Durante 60 anos os palestinos têm sido usados e abusados por governos árabes e terroristas palestinos na guerra contra Israel.
Agora é o Hamas, uma organização terrorista islâmica apoiada pelo Irã, que está usando e abusando dos palestinos para seus próprios propósitos. Enquanto os líderes do Hamas se escondiam em seus bunkers e túneis cheios de provisões, os quais eles prepararam antes de provocarem Israel a atacá-los, civis palestinos eram expostos e pegos no fogo cruzado mortal entre o Hamas e os soldados israelenses.
Como resultado de 60 anos dessa política árabe, Gaza se tornou um campo de prisioneiros para 1,5 milhões de palestinos. Tanto Israel quanto o Egito temem a infiltração terrorista de Gaza – mais ainda desde que o Hamas assumiu o governo – e mantêm controle acirrado sobre suas fronteiras com Gaza. Os palestinos continuam a sofrer dificuldades porque Gaza continua a servir como plataforma de lançamento para ataques terroristas contra cidadãos israelenses. Esses ataques vêm na forma de mísseis do Hamas que, indiscriminadamente, têm como alvo jardins de infância, casas e estabelecimentos comerciais.
O Hamas continuou com esses ataques por mais de dois anos depois que Israel se retirou de Gaza na esperança de que esse passo daria início ao processo de construção de um Estado palestino, levando finalmente à solução pacífica de dois Estados para o conflito entre Israel e a Palestina. Não havia “ciclo de violência” na época, nenhuma justificativa para nada que não fosse paz e prosperidade. Mas, em vez disso, o Hamas escolheu a jihad islâmica. As esperanças dos moradores de Gaza e de Israel foram “satisfeitas” com miséria para os palestinos e mísseis para os israelenses.
O Hamas, um representante do Irã, tornou-se um perigo não apenas para Israel, mas para os palestinos, e também para os Estados árabes vizinhos, que temem que o avanço do islã radical possa desestabilizar seus países.
Os árabes alegam amar o povo palestino, mas parecem mais interessados em sacrificá-lo. Se realmente amassem seus irmãos palestinos, eles pressionariam o Hamas para parar de atirar mísseis contra Israel. Em longo prazo, o mundo árabe deve terminar com o status de refugiados dos palestinos e seu conseqüente desejo de prejudicar Israel. Está na hora de os 22 países árabes abrirem suas fronteiras e absorverem os palestinos de Gaza que desejam começar vida nova. Está na hora do mundo árabe realmente ajudar os palestinos, e não apenas usá-los.
Extraído de The Wall Street Journal – publicado em http://www.beth-shalom.com.br/artigos/miseria.html
Nonie Darwish cresceu na cidade de Gaza e no Cairo (Egito). Hoje é cidadã americana e vive nos EUA. Escritora independente e palestrante, administra o site www.arabsforisrael.com.
COMETARIO:
É o relato de alguém que conhece a região,de forma precisa e imparcial.
A mídia, normalmente em relação ao Oriente Médio,é de uma parcialidade gritante adotando uma posição anti-israelense e estimulando o anti-semitismo.
Esta parcialidade só fomenta o ódio entres os povos da região e portanto ela é uma das culpadas pela dificuldade de se conseguir um acordo.
Os acordos de Oslo só foram conseguidos após encontros secretos.O ida de Sadat a Jerusalém só aconteceu após contatos longe da imprensa.Esta deveria estimular ações concretas na melhoria da convivencia entre israelenses e palestinos propiciando um ambiente mais estável para que se possa fazer as concessões de ambos os lados e estimulando a maioria silenciosa que deseja a paz em detrimento dos radicais que são amplamente noticiados e colocados na posição de mártires.
sábado, 11 de abril de 2009
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