Irã é o Problema. Israel não é o Problema – por Herman Glanz
domingo, maio 16, 2010
Os Estados Unidos estão perdendo sua influência no Oriente Médio e a Rússia e a China estão disputando lá abrir espaço, porque o Presidente Barack Obama se comprometeu a retirar as tropas americanas do Iraque, o que é natural e foi sua promessa de campanha eleitoral. O povo americano não quer matar seus filhos no atoleiro iraquiano, mantendo ainda a lembrança da síndrome do Vietnam. Saindo do Iraque, a América deixa sem forte cobertura militar seus aliados árabes muçulmanos, contentando-se com suas posições nos países aliados em torno do Golfo. E golfo significa Golfo Pérsico e Golfo de Omã, com Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein, Catar, Omã, Yemen, este último com insurgentes sob a influência iraniana visando tomar o governo.
A margem oriental do golfo é do Irã e um pedaço, já no Mar da Arábia, tem o Paquistão. As eleições no Iraque se fizeram para tentar estabilizar um governo naquele país, e permitindo a retirada das tropas americanas, mas não se pode dizer que a situação está normalizada, visto continuarem os atos de terror, matando tanto os locais como soldados das tropas invasoras. E o Irã tem sua influência nisso. Tudo longe de Israel, e numa grande área onde lutam os Estados Unidos, por se encontrar no Afeganistão, vizinho oriental do Irã, e no Iraque, vizinho ocidental. Convém lembrar – longe de Israel. Portanto, a paz de Israel com os palestinos não influencia a região.
O Irã busca ser potência nuclear, porque almeja que, depois da retirada americana, toda a área fique sob sua influência, que é o objetivo, para levar os xiitas a dominarem, já que todos os demais islâmicos da região detem maioria sunita. Com artefatos nucleares de destruição em massa, e mísseis de médio e longo alcance, liderará a região. Toda área, rica produtora de petróleo, petróleo que por muitos anos ainda será a grande fonte energética do planeta, deixará de ficar aliada aos americanos para se submeter, literalmente, ao Irã, sob a mira das armas nucleares. E dominando as principais fontes de petróleo, terá grande influência, não só regional, como mundial. E nada tem a ver com Israel, que fica longe dos objetivos iranianos. Daí a grande necessidade de deter o Irã, seja pelos americanos e aliados, seja pelos demais países muçulmanos, que estão atentos e poderá desencadear uma corrida nuclear.
O problema, portanto, são as intenções dos governos. Nada contra a busca iraniana pelo desenvolvimento, mas contra a busca da hegemonia guerreira. Os antiamericanos defendem o Irã, mas devemos nos lembrar da Alemanha hitlerista. Naquele tempo muita gente também lavava as mãos alegando não se imiscuir nos interesses internos de outros países. O problema era a Alemanha se imiscuir nos outros países e sabemos o trágico custo conseqüente. O mesmo agora: por se ser antiamericano não se pode cair na esparrela do apaziguamento. O Irã está se imiscuindo nos outros países. Os dirigentes iranianos não são confiáveis, como não eram Hitler e sua camarilha.
O governo iraniano confiou à sua Guarda Nacional a execução dos programas de armas nucleares. E pior, os diversos grupos dessa Guarda, que buscam prevalecer uns sobre os outros, se digladiam entre si, numa corrida para ver quem chega primeiro. Dentro dessa lógica um grupo pode disparar primeiro, e provocar uma hecatombe. O perigo ronda a loucura dos dirigentes iranianos. O mundo está de olho e aguarda com ansiedade as intermediações da Turquia e do Brasil, pois o Presidente Lula chega agora ao Irã. Não acreditamos que se conseguirá deter o Irã, por falta de confiabilidade nos seus dirigentes, tal qual não poderia haver confiabilidade nos dirigentes nazistas da Alemanha, que descumpriram os acordos e pactos. A história nos ensina. Pode estar sendo preparado um grande engodo para dar mais tempo ao Irã.
E aqueles que só pensam em negócio, desde empresas americanas, a Rússia, e a China que quer se impor com sua produtividade para se tornar a indústria mundial, se viram para o Irã, dando-lhe cobertura. É um mundo também louco, que nada tem a ver com Israel. Mas a posição do Presidente Obama pode também descambar num novo problema. Desejando sair do atoleiro iraquiano e afegão, e se vendo diante da belicosidade iraniana, vendo seus aliados se afastarem para não se meterem em mais guerras, poderá ser compelido à guerra diante do desafio ostensivo e agressivo do Irã. Aí Israel é que tem a ver, para se cuidar.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
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