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Denúncia
Outras barragens no Nordeste estão ameaçadas
Apesar de denúncias de especialistas, os governos ainda não tomaram medidas necessárias sobre represas ameaçadas. Por Carla Delecrode
29/06/2010
Irregularidades nas construções e falta de manutenção das barragens são alguns dos motivos para rompimento e rachaduras de represas em estados brasileiros. Os problemas deram margem ao rompimento da barragem Algodões I no Piauí, em maio de 2009. “Houve problema na fundação da barragem. Houve deficiência no estudo geológico”, afirmou o engenheiro Jesus da Silva Boavista, que presidiu a comissão do CREA/PI, que vistoriou a represa de Algodões I. O relatório 2010 do órgão também apontou falhas no gerenciamento e manutenção da mesma.
Tragédias como a do Piauí – que matou nove pessoas e deixou 2 mil desabrigadas – poderiam ser evitadas ou ter menos perdas, já que geralmente há registro de denúncias sobre barragens que estejam sob ameaça, antes que enxurradas ocorram. Em alguns casos, a resposta dos governos demora ou não acontece. O Opinião e Notícia reforça a corrente de denúncias e divulga lista de sete barragens ameaçadas, cujas autoridades já foram avisadas, mas as medidas necessárias ainda não foram tomadas.
Piauí
Outras quatro barragens podem romper no Piauí. Elas estão em Salinas, em Itaueiras; em Corredores, em Campo Maior; em Bezerro, em José de Freitas; e em Piracuruca. As prefeituras comunicaram à direção do Conselho Regional de Engenharia e Agrimensura (CREA/PI), cujo presidente do órgão, José Borges de Sousa Araújo, afirmou que inspeções seriam realizadas em maio de 2010. Não há novas informações.
Em 2009, a barragem Algodões I rompeu e causou uma enxurrada que matou nove pessoas e deixou 2 mil desabrigadas. De acordo com o presidente do CREA/PI, a obra não foi registrada no conselho e foi considerada clandestina. O relatório do CREA/PI, apresentado em maio de 2010, afirmou que havia falhas no projeto da represa e que desde março de 1997 já havia sido constatada a ausência do poder público nas atividades de gerenciamento, manutenção e conservação da obra. No estado há 15 grandes barragens.
Maranhão
Três barragens estão ameaçadas de rachar ou desabar no Maranhão. Desde 2009, autoridades foram alertadas sobre o perigo. Não há informação de que algo foi feito.
Em 2010, o risco eminente de rompimento da barragem de Bacanga, em São Luís, foi tema de discussão de uma audiência pública em março. Desde 2007, as instâncias estadual, federal e municipal firmaram uma parceria para realizar obras de reparação, mas não foi dado prosseguimento, pois o governo estadual ainda não se pronunciou sobre a obra, de acordo com o site oficial da Prefeitura de São Luis.
Em 2009, o Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Maranhão (Crea-MA) constatou que as barragens Bacanga (São Luís), Pericumã (Pinheiro) e Flores (Joselândia) precisavam de medidas urgentes de manutenção e segurança a fim de evitar um acidente de grandes proporções. “E o pior de tudo é que ela está cedendo, correndo o sério risco de desabar. E, se isso vier a acontecer, pessoas e veículos que estiverem trafegando sobre a ponte serão jogados para dentro do lago e com isso muitas vidas serão ceifadas”, afirmou Raymundo Portelada, presidente do CREA-MA sobre a barragem de Bacanga, em maio de 2009.
COMENTO:
Vão esperar mais um desastre para tomarem providencias e um monte de desculpas para o ocorrido.
Coisas da política nacional.
sábado, 3 de julho de 2010
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