sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mais um pouco de conhecimento.

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01/04/2010
O Islã, o Irã, Israel e o BrasilEduardo Szazi
Na teoria legal islâmica clássica (Shari´a), o mundo é dividido em dois lados: o dar-al-Islam, ou o território do Islã, e o resto do mundo, o dar al-harb, ou território da guerra. Essa teoria - que obriga todo muçulmano independente de onde resida - propõe que deve ser trazido para o domínio do Islã todo o território que compõe o dar-al-harb, o que se dá por meio da jihad, ou guerra santa. De acordo com o Alcorão, todo muçulmano que participar da jihad terá direito a uma parcela do espólio dos vencidos ou, se morrer na batalha, irá para o Paraíso. O Islã não é, portanto, apenas uma religião, mas uma comunidade política.
Embora muitos sustentem que a Shari’a sofreu profundas modificações depois da divisão do Islã em estados independentes, em movimento iniciado pela Turquia no século 19, é fato que muitos países islâmicos contemporâneos são incapazes de dissociar religião do Estado. Um deles é o Irã, que surpreendentemente vem recebendo o apoio do Brasil no âmbito internacional.
O Irã é um país muçulmano de tradição xiita. Para os xiitas, o Imã, o supremo líder religioso, é uma pessoa escolhida por Deus por conta de suas superiores qualidades, sendo, portanto, sem pecado, infalível e perfeito. Atualmente, o Imã é o Aiatolá Khamenei que, seguindo os desígnios de Deus, declarou Ahmadinejad o presidente eleito do Irã, antes mesmo que os votos fossem contados, em claro desrespeito às regras democráticas e à vontade do povo iraniano que tinha ido às urnas.
Quando o presidente Lula comparou os protestos ao choro de torcedores de time que perdeu a partida, desrespeitou o sistema que lhe deu o direito de disputar cinco vezes a presidência da república. Também, ao apoiar um regime que pretende varrer Israel do mapa, como declarado por Ahmadinejad em conferência internacional em 2005, e que põe em dúvida a existência do Holocausto, como tantas vezes afirmado, o governo Lula rasga a Constituição Brasileira, pois desrespeita os princípios que regem nossas relações internacionais.
Como podem ser pacíficas as intenções de uso de energia atômica em um país como o Irã, cujo governo é escolhido pela ‘voz de Deus’, em desrespeito à vontade de seu próprio povo, e que quer empreender uma verdadeira guerra santa contra o povo de um país vizinho, exterminando-o?
A aspiração brasileira a uma posição mais proeminente no cenário internacional é justa. Todavia, só será legítima se reafirmar os valores constitucionais de nosso país, uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.
Não podemos apoiar a quem desrespeita nossos valores. Definitivamente, o conflito do Oriente Médio não se resolve com uma ‘negociação sindical’. A ingenuidade sempre pagou um alto preço ao longo da história. Não podemos apoiar o Irã; afinal, para Khamenei e Ahmadinejad, também somos ‘infiéis’.

Esse artigo dispensa comentários.É preciso estudar o islã, o alcorão em Árabe principalmente para entender a cultura muçulmana.

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