Retirado de :
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
VEJA - CARTA AO LEITOR - A construção de uma tragédia sábado, 10 de abril de 2010
No Brasil, país livre de tsunamis, vendavais, vulcões e terremotos, a natureza não mata em massa. O que mata no Brasil é o populismo. As centenas de mortos que o Rio de Janeiro chora não foram vítimas das tempestades recordes que se abateram sobre a cidade. Foram vítimas da irresponsabilidade oficial, da demagogia de gerações de políticos e governantes que abriram picadas nas encostas instáveis da temerária topografia do Rio de Janeiro e de Niterói para ali instalar seus currais eleitorais.
Uma reportagem da presente edição de VEJA mostra que a ocupação das favelas cariocas aumentou em um ritmo 270% maior do que o crescimento populacional da cidade. Esse número é em si uma evidência eloquente de que as pessoas mais pobres não foram se encarapitar nos morros em consequência do empuxo demográfico natural ou pela simples incúria na aplicação das leis de ocupação do solo. Não. Elas foram correr risco de vida nos morros como resultado de uma criminosa “indústria da favelização”. Essa satânica estratégia política foi levada ao paroxismo nos anos 80 pelo governador Leonel Brizola e seu vice, Darcy Ribeiro, autor da tese, repetida com gosto pelos populistas, de que “favela não é problema, é solução”. Para os mortos do Rio houve apenas a “solução final” sob os escombros. Brizola, morto em 2004, chegou a proibir a entrada da polícia nas favelas, entregando poder total aos traficantes e a seus braços políticos, os cabos eleitorais.
Aqueles mananciais cativos de votos são açoitados sazonalmente pelas chuvas com danos humanos e materiais variáveis. Mas raramente isso tem resultado em tragédiasde proporções dantescas como a da semana passada. O horror será suficiente para fazer reverter a indústria da favelização? Com a palavra a bancada de vereadores e deputados que continua empenhada em inchar as áreas de onde tira seus votos e em barrar qualquer tentativa de remoção dos favelados das áreas de risco. Um documentário colocado na internet (www.youtube.com/watch?v=QPGbzhOtHeg) celebra um Rio de Janeiro espetacular nos anos 30. As imagens funcionam como um sopro de esperança de que, com a racionalidade dos governantes e a vigilância dos eleitores, a antiga exuberância possa ser revivida.
COMENTO;
A favela virou um grande negócio:
1-especulação imobiliária
2-Fonte de arrecadação para várias ONGs
3-Fonte de votos em eleições
4-Gatonet
5-Tráfico de drogas e armas
6-Dinheiro público despejado para fins eleitoreiros
7-Ponto turístico
8-Venda de Gás com preços acima de mercado
9-Comercio clandestino
De vez em quando acontece um desastre onde se coloca a culpa na sociedade e em pouco tempo se esquece o fato para reiniciar esse ciclo vicioso do mal que é a glamourização da favela.
Quem se lembra do Haiti hoje?Quanto tempo se passou após o terremoto?
O brasileiro tem memória curta.
sábado, 10 de abril de 2010
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