quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Líbia e crime contra a humanidade

Todos estão lendo sobre os acontecimentos no Líbia mas até agora não vi ninguém dizendo que Kadafi tem que ser julgado por crimes contra a humanidade.
Ah se fosse em Israel.................

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mais debate sobre a fraternidade muçulmana

A Fraternidade Muçulmana do Egito:em suas próprias palavras Jonathan D. Halevi | 19 Fevereiro 2011
Artigos - Globalismo


A Fraternidade é meticulosa em seu planejamento passo a passo, primeiramente de tomar posse da alma do indivíduo e depois da família, do povo, da nação e da união de nações islâmicas, até que o Estado islâmico mundial seja uma realidade.
•A Fraternidade Muçulmana tem exercido um papel mais importante na organização dos protestos contra o regime político egípcio à medida que apresenta seu programa político independente. Rashad al-Bayumi, o segundo homem em importância na Fraternidade, anunciou em uma entrevista à televisão japonesa que o grupo se uniria a um governo transitório a fim de cancelar o tratado de paz entre Egito e Israel, uma vez que o mesmo "ofende a dignidade dos árabes e destrói os interesses do Egito e de outros Estados árabes". A seguir ele enfatizou que o Egito não precisa de ajuda americana.

•A Fraternidade Muçulmana participa, sim, de atividades políticas e defende o processo democrático. Todavia, isso não acontece porque ela tenha aceitado os princípios da democracia ocidental, mas porque o processo democrático pode ser explorado para estabelecer um regime islâmico que, então, tornará a democracia desnecessária.
•O Guia Supremo da Fraternidade Muçulmana, Muhammad Mahdi 'Akef informou ao jornal egípcio Al-Karama, em 2007, que apenas o islamismo era a expressão da verdadeira democracia. "O Islamismo e seus valores precederam o Ocidente fundando a verdadeira democracia, exemplificada pelo Shura [o conselho consultivo dos Califas]".
•O site oficial da Fraternidade observa que a jihad (guerra santa) é o instrumento mais importante do islamismo para efetuar uma conquista gradual, a começar com as nações islâmicas, prosseguindo para restabelecer o califado nos três continentes em preparação para uma conquista do Ocidente e, finalmente, para a instituição de um Estado islâmico mundial.
•O planejamento passo-a-passo da Fraternidade Muçulmana determina sua suposta "moderação", a qual irá desaparecer gradativamente à medida que suas realizações aumentem e sua aceitação da situação existente seja substituída por um rígido governo muçulmano ortodoxo, cuja política externa seja baseada na jihad.
A Fraternidade Muçulmana se Unirá a um Governo Transitório

O governo Obama discutiu com líderes egípcios uma proposta de renúncia imediata do presidente Hosni Mubarak e a entrega do poder a um governo transitório encabeçado pelo [então] vice-presidente Omar Suleiman, com o apoio do exército egípcio, de funcionários do governo e de diplomatas árabes, informou o New York Times no dia 3 de fevereiro de 2011. De acordo com a proposta americana, o governo transitório incluiria membros de uma ampla diversidade de grupos oposicionistas, inclusive da Fraternidade Muçulmana.

A Fraternidade Muçulmana, um movimento global que tem o Hamas como seu ramo palestino, tem exercido um papel mais importante na organização dos protestos contra o regime político egípcio à medida que apresenta seu programa político independente, desafiando tanto a administração americana quanto Israel. Rashad al-Bayumi, o segundo homem em importância na Fraternidade Muçulmana, anunciou em uma entrevista à televisão japonesa (e que foi citada pelo jornal al-Hayat) que o grupo se uniria a um governo transitório a fim de cancelar o tratado de paz entre o Egito e Israel, uma vez que ele "ofende a dignidade dos árabes e destrói os interesses do Egito e de outros Estados árabes". A seguir, ele explicou que sua animosidade com relação ao governo americano deriva do apoio que este dá a Israel, enfatizando que o Egito não precisa de ajuda americana.

A Democracia é o Caminho de Entrada do Islamismo ao Poder

A Fraternidade Muçulmana participa, sim, de atividades políticas e defende o processo democrático. Todavia, isso não acontece porque ela tenha aceitado os princípios da democracia ocidental, mas porque o processo democrático pode ser explorado para estabelecer um regime islâmico que, então, tornará a democracia desnecessária, como ficou evidente por meio de sua plataforma nas eleições parlamentares egípcias em 2007. A organização afirmou que estava participando das eleições porque "a Fraternidade Muçulmana prega o caminho de Alá (...) [e, portanto, está participando] para cumprir com os mandamentos de Alá, de maneira pacífica, usando as instituições constitucionais existentes e uma decisão determinada pelas urnas de votação secreta". Ou seja, a democracia é o caminho de entrada do islamismo ao poder.

Na plataforma da Fraternidade Muçulmana também constava que "o governo [no Egito] deverá ser republicano, parlamentarista, constitucional e democrático, de acordo com a Sharia Islâmica [código de leis do islamismo]", e que "a Sharia assegura liberdade para todos". A organização não aceita o princípio da separação entre Igreja [Religião] e Estado, e o governo islâmico a que aspira é, para ela, uma realização da democracia.

Entrevistado dia 17 de setembro de 2007 pelo jornal diário egípcio Al-Karama, o Guia Supremo da Fraternidade Muçulmana, Muhammad Mahdi 'Akef, disse que o slogan da campanha da organização seria: "A Sharia é a Solução", e que os direitos humanos e a democracia seriam incluídos no governo sob a Sharia. Ele devotou sua carta semanal de 12 de maio de 2007 a uma exposição sobre a democracia vista de acordo com os olhos da Fraternidade Muçulmana. Disse que apenas o islamismo, o qual foi dado aos homens por Alá, era a expressão da verdadeira democracia. 'Akef escreveu:

o islamismo precede [...] as doutrinas e ideologias inventadas pelos homens. A mensagem final e absoluta dos céus contém todos os valores que o mundo secular afirma ter inventado [...]. O islamismo e seus valores precederam o Ocidente fundando a verdadeira democracia, exemplificada pelo Shura [o conselho consultivo dos Califas], e o respeito do islamismo pela igualdade das outras religiões. [...] Com respeito à liberdade, o islamismo alcançou um objetivo que os pregadores seculares não alcançaram, pois a liberdade prometida pelo islamismo é genuína em todos os seus aspectos, mesmo quanto à fé e à religião. (...) Quanto à afirmação de que o islamismo não reconhece a autoridade civil, a autoridade do islamismo é democrática [....] ela é uma liberdade genuína, fornece igualdade na prática e é transparente; ela nunca oprime nem rouba ao homem seus direitos [...]. É sobre esse fundamento e com esses valores que a Fraternidade Muçulmana clama por justiça, igualdade e liberdade.

'Akef nunca utilizou expressões ambíguas para se referir à sua visão sobre a democracia ocidental. No dia 30 de abril de 2005, ele disse ao jornal diário egípcio Al-Ahram que a Fraternidade Muçulmana se opunha à democracia americana porque ela era "corrupta e servia aos programas americanos [...]. A Fraternidade Muçulmana tem realizado manifestações contra a intervenção estrangeira e contra qualquer democracia que sirva aos americanos [...]. A democracia [americana] é corrupta porque quer destruir a nação [islâmica], sua fé e tradição". Ele disse à BBC que a democracia ocidental "não era realista" e era "falsa".

Um dos exemplos de 'Akef sobre os "valores corruptos" da América é a tentativa de impedir a circuncisão feminina na África. No dia 12 de julho de 2007, ele escreveu que "[os americanos] gastam bilhões de dólares e ininterruptamente maquinam mudar o modo de vida dos muçulmanos, promovem a guerra contra os líderes muçulmanos, as tradições de sua fé e de suas idéias. Eles até mesmo promovem guerra contra a circuncisão feminina, uma prática comum em 36 países, que tem prevalecido desde os tempos dos faraós".

A Importância da Jihad

De acordo com a Fraternidade Muçulmana, a jihad, isto é, a guerra santa contra os infiéis, é um dos elementos fundamentais difundidos pela Fraternidade Muçulmana. A ideologia da organização, como aparece em seu site oficial, considera "o Profeta Maomé como seu líder e governador, e a jihad como seu caminho". A jihad possui uma estratégia global que vai além da auto-defesa; é o incessante ataque a todos os governos dos infiéis, com a intenção de ampliar as fronteiras do Estado islâmico até que a humanidade viva debaixo da bandeira islâmica.

Ao clicar nos links "The Goals of the Muslim Brotherhood" [Os Objetivos da Fraternidade Muçulmana] e "Muslim Brotherhood Measures" [Medidas da Fraternidade Muçulmana] chega-se a explicações sobre a jihad baseadas nos escritos do fundador da Fraternidade Muçulmana, Hassan al-Banna. É observado ali que a jihad é o instrumento mais importante do islamismo para efetuar uma tomada gradativa de poder, começando pelos países muçulmanos, seguindo para o restabelecimento do Califado sobre três continentes em preparação para a conquista do Ocidente e, finalmente, instituindo um Estado islâmico mundial. O site da organização declara:

Queremos um indivíduo muçulmano, um lar muçulmano, um povo muçulmano, um governo e um Estado muçulmanos que liderem os países islâmicos e que tragam ao sagrado aprisco a diáspora muçulmana e as terras que foram roubadas do islamismo, e que depois ergam o estandarte da jihad e o chamado [da'wah] a Alá. [Então, o] mundo aceitará alegremente os preceitos do islamismo [...]. Os problemas para conquistar o mundo apenas terminarão quando a bandeira do islamismo estiver tremulando e a jihad tenha sido proclamada.

O objetivo é estabelecer um Estado islâmico de países islâmicos unidos, uma nação debaixo de uma liderança cuja missão será reforçar a aderência à lei de Alá [...] e o fortalecimento da presença islâmica na arena mundial [...]. O objetivo [...] é o estabelecimento de um Estado islâmico mundial.

E, se a oração é o pilar da fé, então a jihad é o seu cume [...] e a morte no caminho de Alá é o auge da aspiração.

A Fraternidade Muçulmana não esconde suas aspirações globais e o caminho violento que pretende seguir a fim de alcançá-las. A Fraternidade é meticulosa em seu planejamento passo a passo, primeiramente de tomar posse da alma do indivíduo e depois da família, do povo, da nação e da união de nações islâmicas, até que o Estado islâmico mundial seja uma realidade. O princípio dos estágios dita a suposta "moderação" da Fraternidade Muçulmana. Todavia, essa "moderação" irá desaparecer gradativamente à medida que as realizações da Fraternidade Muçulmana aumentem e sua aceitação da situação existente seja substituída por um rígido governo muçulmano ortodoxo, cuja política exterior seja baseada na jihad.

Para a Fraternidade Muçulmana, a jihad está no centro do conflito contra os Estados Unidos, o Ocidente, Israel e outros regimes políticos de infiéis. O supremo líder da Fraternidade Muçulmana considera que o islamismo está deflagrando "uma batalha de valores e identidade" contra as forças do "imperialismo" e os "anglo-saxões" que estão atacando o mundo árabe-islâmico "com o pretexto de difundir a democracia, de defender os direitos das minorias, e de se opor ao que eles chamam de terrorismo". Ele aconselha os muçulmanos a adotarem "a cultura da resistência contra a invasão", explicando que Alá deu "a jihad e a resistência às nações ocupadas e oprimidas como meios para alcançarem a liberdade". Ele acrescentou que "a cultura da resistência à invasão e à ocupação têm aspectos intelectuais, militares e econômicos. A experiência na Palestina, no Iraque e no Afeganistão provou que a resistência não é imaginária ou fictícia ou impossível, mas que, em vez disso, é possível quando a nação [islâmica] apresenta uma frente unida e usa suas armas e sua fé para encarar um imperialista, quer ele venha com armas, quer nos inunde com suas idéias, seus valores ou sua moralidade obsoleta". O sucessor de 'Akef, Mohammad Badi', mantém a mesma plataforma.



(Jonathan D. Halevi -- Jerusalem Center for Public Affairs -- www.jcpa.org - www.Beth-Shalom.com.br)

O tenente-coronel (da reserva) Jonathan D. Halevi é pesquisador-sênior sobre o Oriente Médio e sobre o islamismo radical do Jerusalem Center for Public Affairs (Centro de Assuntos Públicos de Jerusalém). É co-fundador do Orient Research Group (Grupo de Pesquisas Sobre o Oriente) e ex-consultor da Divisão de Planejamento de Políticas do Ministério de Relações Exteriores de Israel.


Nota:
Uma análise abrangente dos programas da Fraternidade Muçulmana pode ser encontrada em "The Muslim Brotherhood: A Moderate Islamic Alternative to al-Qaeda or a Partner in Global Jihad?" [A Fraternidade Muçulmana: Uma Alternativa Islâmica Moderada para a Al-Qaeda ou uma Parceira na Jihad Mundial?], de Jonathan D. Halevi

Democracia e Islamismo: Tema para debate

Ignorância, mentiras e idiotices em relação aos distúrbios do Oriente Médio Heitor De Paola | 22 Fevereiro 2011


Internacional - Oriente Médio

Afirmando o papel civilizador e histórico da Comunidade de Crentes Islâmica, instituída por Allah como a melhor comunidade, que legou à humanidade uma civilização equânime e universal (...) e por quanto hoje se espera que esta Comunidade de Crentes sirva de guia correta para a humanidade, confundida por crenças e correntes contraditórias (...). Contribuindo aos esforços da humanidade no terreno dos direitos do homem, cujo objetivo é proteger o ser humano (...) assim como afirmar sua liberdade e seu direito a uma vida digna em consonância com a Shari'a Islâmica.


Excertos do preâmbulo à Declaração dos Direitos Humanos no Islam
Conferência Islâmica do Cairo, 1990
Até o momento a grande mídia só espalhou mentiras, idiotices e demonstrou uma enorme ignorância do que se passou na Tunísia e no Egito e já se anuncia em outros países da região. No mundo todo ocorre o mesmo, com exceção da mídia conservadora americana. No Brasil as exceções se contam num dedo da mão esquerda de Lula. Os brilhantes artigos de Olavo de Carvalho e alguns outros abnegados autodidatas que teimam em publicar no Mídia Sem Máscara ou em sites/blogs pessoais, jornalistas de primeira linha como Nahum Sirotsky e poucos mais. E estes são atacados como reacionários, pró-ditadura, etc.



A versão dominante é no mínimo imbecilóide: turbas de jovens bem intencionados, inspirados nas tradições ocidentais dos direitos do homem, saem às ruas para clamar por liberdade e democracia, destituindo tiranos. De maneira geral esta frase é repetida ad nauseam nos jornais, tevê, rádio e nas famigeradas "redes sociais" na internet. Subitamente, Mubarak que sempre foi tratado como Presidente do Egito passou a ser Ditador! Como um raio da velocidade da luz o termo mudou da noite para o dia em toda a mídia! (Claro está que Raul Castro continua sendo Presidente de Cuba, país cujo último ditador, antes da democracia popular revolucionária, foi Fulgêncio Batista...). Os jovens são colocados nas alturas espalhando de forma subliminar que eles são dotados de clarividência e onisciência divinas. Negam e muitos sequer sabem que foram os jovens que primeiramente atenderam às exortações de Ruhollah Khomeini e levaram a cabo a Revolução Islâmica do Irã. Que o maior genocida da história conclamou os jovens a levar a cabo uma das maiores matanças de todos os tempos: a Revolução Cultural chinesa. Que era a Hitlerjugend, grupos de jovens que fora das salas de aula se organizavam em grupos e milícias para-militares para espionar o povo, inclusive seus próprios pais, desde 1931, quando já formavam a temerosa patrulha ideológica nazista comandada pelo não tão jovem Baldur von Schirach. Mais tarde, já fanatizados, foram nomeados líderes do Partido Nazista e membros das SS.
Von Schirach é o representante padrão que demonstra que jamais os jovens agem espontaneamente, mas sempre são exortados pelos mais velhos. O tal 'conflito de gerações' em níveis sociais é uma falsidade inventada pelos mais velhos para negar que os jovens são sempre usados como buchas de canhão pelas facções provectas em seus conflitos intra-geracionais. As turbas que enfrentavam a Hitlerjugend nas ruas, ligadas à Spartakusbund, também eram comandadas secretamente por 'coroas' como Ernt Thäelmann, dirigente do Partido Comunista. O autor deste texto experimentou isto na própria carne na sua juventude e é testemunha destes fatos.

Que direitos eles defendem agora no Oriente Médio? De que democracia se trata? De que liberdade?

Direitos do indivíduo, direitos humanos da ONU e direitos humanos no Islam

A idéia de os seres humanos possuírem direitos inalienáveis nasceu aos poucos no direito anglo-saxônico medieval. Desde a aceitação por João Sem Terra da Magna Carta até a Glorious Revolution de 1688 esta noção veio se solidificando na tradição inglesa. Mas foi na Constituição Americana, principalmente nas 10 primeiras Emendas (o Bill of Rights) que os direitos fundamentais foram caracterizados como de origem divina e, portanto, inalienáveis pela ação dos homens.

A Declaração de Independência assegurava:

Entendemos serem verdades evidentes por si mesmas que todos os homens nascem iguais e são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, e entre eles estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que para assegurar estes direitos são instituídos governos entre os homens, e eles derivam seu poder do consentimento dos governados.

Deve-se salientar este aspecto, único naquele país: não são os governos que saem por aí distribuindo direitos, mas homens que possuem direitos inalienáveis que, para defendê-los, formam governos com esta exclusiva finalidade.

Na elaboração da Carta de Direitos da ONU, supervisionada pelo agente soviético no Departamento de Estado americano, Alger Hiss, Stálin espertamente fez retirar qualquer referência ao Criador. Os direitos humanos de que tanto se fala hoje são fruto de um falso consenso entre Nações - sendo que a grande maioria, inclusive a autora, jamais os respeitou - e não mais inerentes à alma humana: deixaram de ser inalienáveis, pois se foram 'concedidos' por uma assembléia humana, podem ser retirados por outra [[i]].

O que nos interessa aqui são os direitos humanos no Islam, já que são estes, e não os ocidentais, que a maioria daquela magnânima juventude absorveu em seus estudos e os quais são defendidos pela Fraternidade Islâmica.

Já pelo preâmbulo da Declaração do Cairo pode-se notar a arrogância islâmica que engloba toda a humanidade como servos de Allah. O Art. 1 define que a humanidade inteira forma uma só família unida por sua adoração a Allah e sua descendência comum de Adão. No Art. 2, defendendo que a vida é um dom de Allah, não é possível suprimi-la a não ser por exigência da Sharí'a, assim como a integridade do corpo humano.

O documento segue concedendo direitos, porém sempre dentro dos limites da Sharí'a, e no Art. 10 diz textualmente: O Islam é a religião indiscutível. Não é lícito exercer nenhum tipo de coerção sobre o ser humano, nem aproveitar-se de sua pobreza ou ignorância, para levá-lo a mudar sua religião por outra, ou pelo ateísmo.

Depois de declarar no Art. 16 os direitos intelectuais e de pesquisa, assinala: Serão protegidos os interesses intelectuais e materiais gerados pelo seu trabalho, sempre que estes não contradigam a Sharí'a.
Os dois últimos artigos vão sem comentários:

Art. 24: Todos os direitos e os deveres estipulados nesta declaração estão sujeitos aos preceitos da Sharí'a Islâmica.

Art. 25: A Sharí'a Islâmica é a única fonte de referência para o esclarecimento ou interpretação de qualquer artigo do presente documento.

Já abordei o tema da Sharí'a em outro artigo, basta recordar que esta Lei comanda todos os aspectos da vida dos muçulmanos: a rotina diária, as obrigações religiosas e familiares (incluindo conjugais), acordos financeiros e diplomáticos etc. É, portanto discutível que a aceitação destes 'direitos' humanos possa levar a um estado de liberdade individual derivado do Bill of Rights. Na verdade é incompatível com a liberdade. Antes de examinar as relações entre Islam, liberdade e democracia, vejamos o que pensam os egípcios sobre diversos assuntos que podem nos ajudar a esclarecer o que está sendo reivindicado por lá.

O que pensam os muçulmanos sobre o Ocidente e a Sharí'a?

Em abril de 2007 a World Public Opinion.org publicou uma enquete sobre Opinião Pública Muçulmana sobre Política Americana, Ataques a Civis e Al Qaeda no Marrocos, Egito, Paquistão e Indonésia.

Sobre o Quesito Política Americana, 93% dos egípcios as rejeitaram, 89% consideravam que os EUA controlavam todos os acontecimentos mundiais, 92% consideram que os EUA querem dividir o Islam, inclusive 31% consideravam esta a única razão da guerra ao terror, contra 55% que afirmaram que o objetivo era controlar os recursos naturais do Oriente Médio (OM). 92% eram favoráveis à retirada total das tropas americanas da região (10% com certas dúvidas), enquanto 91% aprovavam ataques a estas tropas no Iraque e Afeganistão e 83% eram contra as tropas no Golfo Pérsico. Embora 88% fossem contra ataques a civis como os do Al Qaeda, por serem contrários aos princípios do Islam, 60% apoiavam os ataques suicidas. 38% concordavam com a visão de mundo da Al Qaeda, embora 49% se opusessem aos ataques a alvos civis americanos. 74% vêem Bin Laden com bons olhos (34% com sentimentos mistos).

No quesito sobre a aplicação estrita da Sharí'a em todos os países muçulmanos 74% dos egípcios concordaram (24% com restrições), 91% querem manter os valores ocidentais longe dos países muçulmanos embora 82% acreditem que a democracia é uma 'boa idéia'. 45% acreditam que o choque com o Ocidente é inevitável.

Breve análise destes resultados

A enquete é muito maior, me restringi à opinião dos egípcios por ser destes 'jovens democratas' que estamos tratando aqui. É claro que nesta, como em todas as enquetes, existem resultados paradoxais que indicam da parte de alguns uma certa ambivalência. Mas duas conclusões podem ser retiradas facilmente:

1. A grande maioria do povo do Egito odeia os americanos, aprova a Al Qaeda e quer ver os americanos longe do OM;

2. Há uma enorme rejeição dos valores ocidentais, apoio muito grande à aplicação estrita da Sharí'a, mas acham a democracia 'uma boa idéia';

Esta incongruência revela que o conceito que eles têm de democracia nada tem a ver com a democracia que conhecemos, pois esta é um valor ocidental por excelência. Já vimos este filme antes: os países comunistas primavam em se autodenominar democracias, até hoje o filme está em cartaz no zoológico humano Cuba, com a concordância da maioria dos 'intelectuais' ocidentais. Estranhamente a maior democracia do mundo foi fundada por homens que a achavam uma má idéia, como já comprovamos Portinari Greggio e eu [[ii]]. Em nenhum dos documentos históricos dos EUA sequer existe esta palavra, somente nos Federalist Papers, como um mal a ser evitado.

Que droga de democracia submissa à Sharí'a é esta que estão reivindicando no OM? Será uma 'boa coisa' para o Ocidente apoiar este movimento, à custa de trair aliados tradicionais abandonando-os à sanha islâmica

OBS:Artigo retirado de:http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/oriente-medio/11867-ignorancia-mentiras-e-idiotices-em-relacao-aos-disturbios-do-oriente-medio.html

COMENTO:
Excelente artigo para debates.
Muito se escreve sobre Oriente Médio sem ter o conhecimento necessãrio, sem ter a vivencia do local e apenas baseado no disse me disse.
O trabalho e estatística apresentado no artigo já foi publicado recentemente num jornal de grande circulação mas apenas em letras pequeninas e escondidas.
Há muito de ideologia nos artigos escritos.
Li um analista político que se dizia especialista em Líbia que essas manifestações no Egito eram impossível de ocorrer na Líbia.E o que vemos agora?
É interessante também analisar a mídia em relação aos americanos e europeus.
Criticaram os Americanos pelo fatos de os tanques egípcios que esmagariam as manifestações foram fornecidos pelos EUA.
Mas quem está criticando os Europeus(França,Inglaterra e Italia)por fornecerem as armas a Líbia que parece que está realizando um massacre de civis?
Onde estão as manifestações contra os Europeus?Não devemos esquecer que vários países foram criadosartificialmente pelo colonialismo Europeu.
Vamos aguardar os acontecimentos para ver até que ponto os fundamentalistas muçulmanos vão atuar.No momento pode ser uma tática ficar calado como parte de uma estratégia de se chegar ao poder.Não vamos subestima-los.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Economistas e analistas políticos e suas previsões

Os rebeldes no Egito e a história do cisne negro

Rodrigo Constantino, Valor Econômico

"Não importa quantos cisnes brancos você veja ao longo da vida; isso nunca lhe dará certeza de que cisnes negros não existem." (Karl Popper)

Antes da descoberta da Austrália, as pessoas do Velho Mundo estavam convencidas de que todos os cisnes eram brancos, crença corroborada pela evidência empírica. No entanto, bastou verificar-se a existência de um cisne negro para derrubar essa crença. Isso ilustra os limites de nosso aprendizado por observações e impõe muita humildade àqueles que vivem de antecipar o futuro. Os recentes eventos no mundo árabe mostram uma vez mais que de onde menos se espera pode aparecer um "cisne negro".

Estrategistas atentos aos riscos do superaquecimento chinês, do elevado endividamento europeu ou da retomada do aperto monetário americano não faziam ideia de que o risco do momento viria de jovens egípcios rebeldes, cansados do regime autoritário de seu país. A região sempre foi um barril de pólvora, mas o Egito era visto como estável pela maioria dos especialistas. E foi justamente ali que a insegurança institucional se alastrou, gerando medo nos investidores do mundo todo.

O livro "A lógica do cisne negro", de Nassim Taleb, trata justamente desse tema. É um livro sobre a incerteza, sobre os raros eventos que mudam o rumo das coisas sem aviso prévio e sem que os modelos estatísticos possam antecipá-los. A ideia central de Taleb está relacionada à cegueira em relação ao fator randômico das diferentes áreas da vida. Cada um pode observar sua própria história de vida para verificar quanto os fatos ocorridos divergiram dos planos traçados anteriormente.

Aquilo que não sabemos pode ser algo muito mais relevante do que aquilo que sabemos. Os "pontos fora da curva" ocorrem com muito mais frequência do que antecipamos, e nossa incapacidade de prevê-los é nossa incapacidade de prever o curso da história. Basta verificar os erros grosseiros das previsões passadas para se ter mais humildade em relação às previsões do futuro. É preciso deixar um espaço enorme para os eventos imprevisíveis.

Taleb chama atenção para o "tripé da opacidade": a ilusão de compreensão, com todos achando que sabem o que se passa num mundo que é bem mais complexo do que percebem; a distorção retrospectiva, que transforma a história mais clara após os fatos, organizando-os de forma bem mais simplista do que a realidade; a sobrevalorização da informação factual. Em retrospecto, chegamos a questionar como outros foram capazes de ignorar o que estava para acontecer. Taleb conclui que nossas mentes são brilhantes máquinas para explicar os fenômenos ocorridos, mas geralmente incapazes de aceitar a ideia da imprevisibilidade acerca do futuro.

Um exemplo citado por Taleb é a alimentação de um peru desde o seu nascimento até o Dia de Ação de Graças. Supondo que ele recebeu certa quantidade de comida a cada dia, por mil dias, o gráfico de seu peso ou tamanho no tempo será praticamente uma reta, com pouca variância. De fato, a confiança em relação ao futuro, com base nos dados passados, aumenta a cada dia, ainda que ele esteja cada vez mais próximo da morte. Algo funcionou por vários dias de forma bastante regular, até que, de repente, deixa de funcionar de forma inesperada. O uso ingênuo de observações passadas como representativo do futuro é a causa de nossa incapacidade de compreensão do "cisne negro".

Em 1907, o capitão do Titanic afirmou que jamais estivera envolvido em qualquer acidente. Até que algo deu errado em 1912, e o navio afundou. Quanto realmente os dados passados podem ser utilizados para prever o futuro? Em 1982, os grandes bancos americanos perderam praticamente todo o ganho acumulado anteriormente. Tudo que fora gerado na história desses bancos foi perdido em um único ano! Eles haviam emprestado grandes somas para países da América Latina, e esses países deram o calote na mesma época. Um "evento excepcionalmente raro", conforme as estatísticas. No entanto, ocorreu.

O crash de 1987 nas bolsas é outro exemplo, ou então a bancarrota do LTCM em 1998, criado por "gênios" que encaravam as finanças como algo pertencente ao mundo "normal". O mundo é bem mais complexo do que pensamos ou modelamos. Deveríamos ser bem mais céticos com os "profetas", analisando sua taxa passada de erros. O conhecimento humano pode nos mostrar justamente os limites desse conhecimento, de nossa capacidade de prever o futuro. E isso, para investidores, deve significar uma postura bastante humilde diante dos mercados, com uma sólida política de controle de riscos (leia-se "stops").

posted by Rodrigo Constantino

COMENTO:
Nada contra e sem preconceito mas como erram as previsões os economistas e analistas políticos.
Mostra que quando se trata de fatores humanos tudo é possível mesmo que a matemática seja a base da ciencia economica.
Mostra a relatividade dos fatos e nos ensina que as realidades são diferentes entre assistir os eventos de longe, sem participar, e fazer parte ativa nos eventos, participar, sentir de perto a atmosfera vigente.
Reparem que até a bolsa de valores ganham conotação humana quando os analistas relatam que ela está nervosa(o mercado está nervoso).Se está nervosa a chance de ocorrer algo diferente, inesperado é alta como qualquer ser humano.
Lexotam para as bolsas de valores.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sarney e sua ética

Retirado de:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/mariahelena/
..Enviado por Antonio Carlos Augusto Gama - 3.2.2011| 14h00m.Apologia de Sarney

“A ética para mim não tem sido só palavras, mas exemplo de vida inteira”.

“Só a paixão da vida pública me afasta do meu bem-estar social. Avalio a dimensão do sacrifício pessoal que estou fazendo”

(José Sarney, o Puro)

Platão fez Apologia de Sócrates; Sarney faz apologia de si mesmo no discurso de posse como presidente do Senado, pela quarta vez.

Aristóteles nos deixou Ética a Nicômaco, Sarney nos lega a sua “ética” como “exemplo de vida”.

Ruy Barbosa, patrono do Senado, era o parlamentar com mais tempo naquela Casa do Congresso; Sarney não se peja de invocá-lo para dizer que já superou o tempo de permanência de Ruy (que deve ter se revirado no túmulo). Um só dia de Ruy no Senado vale muito mais do que todos os anos da vida política de Sarney.
Sarney é a encarnação do que há de mais retrógado e lastimável na política brasileira. Atual senador pelo pobre Amapá (estado em que jamais residiu), continua a manter o feudo maranhense e sua fundação custeada com recursos públicos. Iniciou sua carreira na chamada banda de música da velha UDN; foi um dos próceres da Arena, partido de sustentação da ditadura militar, de cujo barco tratou de saltar logo que começava a naufragar, baldeando-se para a oposição. Caiu-lhe no colo a presidência da República, e hoje é aliado do PT!

A única boa nova do seu escárnio em forma de discurso, é a de que este será seu último mandato.

Será?

Antonio Carlos Augusto Gama

COMENTO:
E o Maranhão, estado dominado por sua família, está entre os mais pobres do país.
Mas não se esqueçam, ele é Senador pelo Amapá.Só no Brasil isso é possível.
Parece que o brasileiro gosta de pobreza pois continua a votar nele.Deve ser um complexo de inferioridafde pois assim podem se lamentar das suas agruras e reinvindicar a ação do Estado paternalista, assitencialista tão ao gosto dos políticos e da própria população.

Para sua diversão

O fazendeiro chega com suas cabras na beira do rio. Fica meio cabreiro com o aspecto das águas. Olha prum lado e pro outro, vê um moleque sentado numa cerca.

-- Esse rio é fundo, menino?

O menino responde:

-- A criação do meu pai passa com a água que nem chega no peito.

Então o fazendeiro passa sua criação e lá pelo meio do rio as cabras começam a se afogar. Desesperado, ele berra para o menino:

-- Seu pai cria o quê, moleque f*p?

-- Pato.