terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lula e Chavez

Zelaya na embaixada do Brasil em Honduras.O Brasil virou parte do problema e o HUgo Chavez deve estar rindo a toa.Pobre do Lula, quanta ingenuidade.É instrumento da política de Chavez.
Como diz Boris Casoy:Isso é uma vergonha.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Para pensar

Honduras?


Honduras é irrelevante ao Brasil, a não ser, é claro, que sirva de tubo de ensaio e cortina de fumaça ao mesmo tempo. Lulla testa em Honduras a tese de reeleição na marra passando por cima da Constituição Hondurenha pra ver a reação da OEA e ONU em relação da prevalência da 'vontade popular' sobre a carta magna. Simultaneamente, desvia o foco dos noticiários da CPI da Petrobrás, da nova CPMF, do imposto sobre a poupança. Sem dúvida nenhuma, Lulla é o presidente mais malandro que o Brasil já possuiu.

COMENTO:
O texto não é meu e sim de um leitor de um site de notícias ,mas achei muito interessante a colocação.

sábado, 26 de setembro de 2009

Embaixada brasileira

As fotos da embaixada brasileira que estão nos jornais e revistas me levam a seguinte pergunta:
- Virou casa da mãe Joana?

Ensino

Por Reinaldo Azevedo


VEJA 5 - Por que a escola brasileira é tão ruim
sábado, 26 de setembro de 2009 | 4:25

Poucos especialistas observaram tão de perto o dia a dia em escolas brasileiras quanto o americano Martin Carnoy, 71 anos, doutor em economia pela Universidade de Chicago e professor na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, onde atualmente também comanda um centro voltado para pesquisas sobre educação. Em 2008, Carnoy veio ao Brasil, país que ele já perdeu as contas de quantas vezes visitou, para coordenar um estudo cujo propósito era entender, sob o ponto de vista do que se passa nas salas de aula, algumas das razões para o mau ensino brasileiro. Ele assistiu a aulas em dez escolas públicas no país, sistematicamente - e chegou até a filmá-las -, além de falar com professores, diretores e governantes. Em entrevista à editora Monica Weinberg, Martin Carnoy traçou um apurado cenário da educação no Brasil.

(…)
QUE CONSTRUTIVISMO É ESSE?
O construtivismo que é hoje aplicado em escolas brasileiras está tão distante do conceito original, aquele de Jean Piaget (psicólogo suíço, 1896-1980), que não dá nem mesmo para dizer que se está diante dessa teoria. Falta um olhar mais científico e apurado sobre o que diz respeito à sala de aula. É bem verdade que esse não é um problema exclusivamente brasileiro. Especialistas no mundo todo têm o hábito de martelar seus ideários sem se preocupar em saber que benefícios eles trarão ao ensino. Há um excesso de ideologia na educação. No Brasil, a situação se agrava porque, acima de tudo, falta o básico: bons professores.
(…)
VIGILÂNCIA SOBRE OS PROFESSORES
Os professores brasileiros precisam, de uma vez por todas, ser inspecionados e prestar contas de seu trabalho, como já ocorre em tantos países. A verdade é que, salvo raras exceções, no Brasil ninguém sabe o que eles estão ensinando em sala de aula. É o que me faz comparar as escolas públicas brasileiras às empresas pré-modernas. Elas não contam com mecanismos eficazes para cobrar e incentivar a produtividade. Contratam profissionais que ninguém mais no mercado quer, treinam-nos mal e, além disso, não exercem nenhum tipo de controle sobre eles. Hoje, os professores brasileiros estão, basicamente, livres para escolher o que vão ensinar do currículo. Não há padrão nenhum - tampouco há excelência acadêmica.
(…)
CHEGA DE UNIVERSIDADE GRATUITA
Se quiser mesmo se firmar como uma potência no cenário mundial, o Brasil precisa investir mais na universidade. É verdade que os custos para manter um estudante brasileiro numa faculdade pública já figuram entre os mais altos do planeta. Por isso, é necessário encarar uma questão espinhosa: a cobrança de mensalidades de quem pode pagar por elas, como funciona em tantos países de bom ensino superior. Sempre me pergunto por que a esquerda brasileira quer subsidiar os mais ricos na universidade. É um contrassenso. Olhe o que aconteceria caso os estudantes de renda mais alta pagassem algo como 1 000 dólares por ano às instituições públicas em que estudam. Logo de saída, o orçamento delas aumentaria na casa dos 15%. Com esse dinheiro, daria para atrair professores do mais alto nível. Quem sabe até um prêmio Nobel. O Brasil precisa, afinal, começar a se nivelar por cima.

COMENTO:
Não tem solução mágica.Para ingressarmos no rol de países desenvolvidos é necessario investir em educação em todos seus aspectos.
Não é só as escolas públicas que estão ruins.As particulares também;
É necessario reformular grades de matéria, metodologias de ensino, investir nos recursos humanos.Esses é que fazem a diferença.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lula e Zelaya

Em relação ao caso do abrigo de Zelaya na embaixada do Brasil em Honduras e as palavras do Presidente do Brasil só posso reafirmar o de sempe:
O BRASILEIRO NÃO GOSTA DE CUMPRIR REGRAS E O PRESIDENTE É UMA REFERENCIA NESTE EXEMPLO.

domingo, 20 de setembro de 2009

Dúvida

Ahmadinejad volta a negar o Holocausto

AP e AFP, TEERÃ
Tamanho do texto? A A A A
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a questionar ontem que o Holocausto tenha ocorrido, causando reações nos EUA e na Grã-Bretanha. Segundo Ahmadinejad, o Holocausto foi forjado por Israel como um pretexto para ocupar terras palestinas. "É uma mentira, um mito", afirmou o líder iraniano, acrescentando que "mesmo se o massacre fosse verdade" ele teria ocorrido na Europa, então não haveria razão para compensar os judeus com terras árabes. "Eles dizem que milhares de judeus queimaram em fornos. Mas isso é estratégia de propaganda distorcida."

As declarações foram feitas na Universidade de Teerã durante as comemorações do Dia de Jerusalém e transmitidas pela TV. "Morte a Israel", gritavam os aliados do presidente.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, qualificou as declarações como "mentirosas" e ignorantes". "Negar o Holocausto é uma atitude de violência e ódio", disse Gibbs. Em Londres, o chanceler britânico, David Miliband, também foi assertivo: "Essas repetidas negações do Holocausto são repugnantes."

COMENTO:
Para nós que não vivemos em Israel talvez esse fato seja irrelevante mas para quem vive em Israel é um motivo real de preocupação.A grande questão é:Teria ele coragem de lançar um ataque nuclear a Israel?Será que é só retórica para ganhar votos?
De qualquer maneira é um incentivador de ódio, propagador de violência e na experiencia dos Judeus esse fato tem que ser levado em conta.
O ódio cega a razão portanto é possível sim que ele seja capaz de lançar um ataque nuclear.Vai também matar vários Palestinos mas veja a sua ótica:
1-Palestinos são árabes e nós somos Persas
2-Palestinos são de makioria sunita e nós xiitas.
3-Aqueles que morrerem pelo martírio irão para o paraíso.
É uma questão extremamente delicada que altera o equilíbrio geopolítico da região.
Resultados concretos sobre como impedir essa expansão nuclear do Irã até agora não obtiveram nenhum resultado.Para os EUA e Europa ainda dá tempo e para Israel?

sábado, 19 de setembro de 2009

Como decidir em uma reunião.

Para que uma reunião chegue a boas decisões é preciso que cada um de seus participantes emita sua opinião mas acompanhada de uma condição primordial:A possibilidade de que nossa opinião possa estar errada e assim mudarmos conceitos.
Aquele que é doutrinado a chefiar, comandar, dirigir dentro da ótica que só ele está certo geralmente fala muito,não sabe ouvir e por isso não deixa o outro se expressar fazendo intervenções constantes.Isso transforma a reunião numa praça de guerra ,muitas vezes, com radicalizações bilateral impedindo então as conclusões ojetivas.
A apresentação de opinião baseada em evidencias e dados concretos são as que merecem atenção pois carregam em si os dados reais da discussão.O achismo ferrenho traz consigo o ego exaltado embasado na doutrinação de que só voce entende do assunto.
Um outro aspecto que acho interessante é que reunião deve ter hora para início e término para que possamos ter o máximo de objetividade nas apresentações sem se perder em meras divagações aleatórias.

domingo, 13 de setembro de 2009

Mais da velha Europa.

Saiu hoje no jornal O Globo excelente reportagem na página 35 com o seguinte título:
"O CONFLITO ENTRE INTERESSE E ÉTICA"
Trata-se de certas ações da Europa que demonstram a hipocrisia do velho continente:
1-Menciona a venda de armas da Inglaterra para a Indonésia criticada internacionalmente pelas atrocidades praticadas em Timor Leste
2-Mencina a libertação do terrorista líbio em troca de acordo comercial.
3-Menciona a venda de armas da França para o Chade e Angola na época da guerra civil.
Não esqueçamos do escandalo também envolvendo a ONU e o Iraque, a ação da Suiça na 2 guerra mundial.......
Seria bom a juventude europeia olhar para o próprio umbigo em vez de ficar fazendo manifestações anti-semitas.Ou será que é uma tática de fuga?

sábado, 12 de setembro de 2009

A velha Russia.

Tamanho do texto A A Chávez anuncia compra de mísseis russos
12/09 - 01:46, atualizada às 04:39 12/09 - BBC Brasil

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta sexta-feira que o país vai receber em breve mísseis de fabricação russa com alcance de 300 quilômetros. "Em breve alguns foguetinhos estarão chegando.

E eles não falham", disse Chávez na capital venezuelana, Caracas, após voltar de uma viagem de 10 dias por países da África, Ásia e Europa, entre eles a Rússia.

Chávez disse que os mísseis são apenas para uso defensivo.

"Não vamos atacar ninguém, estes são apenas instrumentos de defesa, porque nós vamos defender nosso país de qualquer ameaça, venha de onde vier", afirmou.

Colômbia

Crítico feroz dos Estados Unidos, Chávez está envolvido em um impasse diplomático com a Colômbia devido a um acordo militar do país vizinho com o governo americano para a utilização de bases militares em território colombiano.

O presidente venezuelano não disse quantos mísseis encomendou à Rússia.

O governo russo vem estreitando seus laços com vários países latino-americanos, entre eles a Venezuela.

Em novembro, os dois países realizaram exercícios militares conjuntos no Mar do Caribe.

COMENTO:
É a velha Russia tentando voltar.Encontrou um bom parceiro no Hugo Chavez que vai provocar uma corrida armamentista na America Latina.É bom lembrar que a Russia vende armas para o Irã inclusive dá apoio na aquisição de tecnologia nuclear.
Por isso pergunto?O mundo está mais seguro com Barack Obama?

domingo, 6 de setembro de 2009

A ORIGEM DE NOSSA (I)MORALIDADE

Blog do David Bor
REFUSAL TO THINK THE WORST IS THE BEST WAY TO PERMIT THE WORST TO COME ABOUT. Reflexões e questões sobre a vida,política,religião,viagens,filosofia,sociologia,cinema,teatro, xadrez,sexo e qualquer coisa que pintar.

Domingo, 6 de Setembro de 2009
BRASIL DESFIBRADO
Mais um ótimo artigo de Maria Lucia Victor Barbosa, sempre presente no nosso blog pela qualidade e profundidade do que escreve. O livro que ela escreveu e que é citado vale a pena. Eu já li e recomendo. É um histórico do desenvolvimento da mentalidade dos países da América do Sul, que existe até hoje. Aproveitem!


Por conta de nossa formação histórica nunca tivemos uma mentalidade onde sobressaíssem valores que caracterizam certos povos. Quando a enorme colônia portuguesa foi dividida em capitanias hereditárias iniciou-se mais que uma divisão territorial uma cultura, cujos traços mais evidentes foram o individualismo, o autoritarismo, o patrimonialismo, o anticapitalismo.
Formaram-se naquelas sociedades dispersas traços culturais traduzidos em valores, atitudes, costumes, usos, tradições e comportamentos. Era uma maneira de ser, uma visão de mundo que definitivamente não incluía o sentido de pátria, nem o de espírito público, nem o de bem comum. No Brasil que aos poucos ia se moldando imperavam famílias patriarcais, em torno de cada uma gravitava um complexo clânico e uma massa de dependentes. Todos dependiam do senhor patriarcal e este foi a origem do poder personalizado que até hoje se cultua no Brasil. Dentro de suas circunstâncias este senhor subordinou os interesses gerais aos seu interesses particulares, exatamente o contrário do que existiu na formação de sociedades democráticas. Assim, desde o início, gerou-se no Brasil a sociedade desigual, onde a família e a clientela daquele senhor todo-poderoso se acomodaram de maneira passiva na dependência de um “pai” armado de castigo e recompensa.
Um longo estudo de nossa história seria impossível num pequeno artigo. Esse vôo mais longo eu tentei em um de meus livros, “América Latina – Em Busca do Paraíso Perdido”. Mas apenas como entendimento do presente a partir do passado, recordo que com a vinda da corte portuguesa, em 1808, instalaram-se de uma vez por todas no Brasil as características do velho Estado português. Como escreveu Raymundo Faoro em “Os Donos do Poder”: “os reis portugueses governaram o reino como a própria casa, não distinguindo o tesouro pessoal do patrimônio público”. E o Estado brasileiro nasceu também corrupto na medida em que para tudo se dependia dele, do seu excessivo quadro de funcionários, da morosidade típica do burocrata, correndo soltas as propinas para aligeirar licenças, fornecimentos, processos, despachos, etc. Em toda parte do desajeitado e ineficiente leviatã traficavam-se influências, negociava-se a coisa pública em proveito próprio.
Não se pode negar que o Brasil, em que pese manter seus contrastes regionais, suas disparidades de classes, em grande parte modernizou-se através de um processo de urbanização e industrialização. Estratos modernos se concentraram em centros urbanos mais adiantados, notadamente em São Paulo. Esse progresso, inclusive, provoca temor aos nossos vizinhos sul-americanos que nos vêem como imperialistas. Entretanto, persiste no país a mentalidade inicial, com agravantes que fazem parte da era de mediocridade, de vulgaridade, de ausência de valores, de decadência moral, intelectual e artísticas, traços que marcam a humanidade como um todo em que pese os grandes avanços científicos e tecnológicos alcançados no mundo de agora.
Impressiona observar um Brasil desfibrado nas cenas que se desenrolam no presente. Se sempre houve um poder centralizador, que a partir do Executivo subordinava o Legislativo e o Judiciário, o atual governo, “pai” armado de castigo e recompensa, interfere conforme seus interesses pessoais de poder no Congresso onde uma Câmara subalterna só faz o que seu “chefe” mandar. Se no Senado reside alguma oposição, posta em foco recentemente a figura de seu presidente lembrou tempos patriarcais, complexos clânicos, clientelas, abuso de poder, algo que como apontou José Sarney, não difere do comportamento da maioria de seus pares. Já o Judiciário, incluindo sua instância mais alta, segue a tradição da impunidade que premia os poderosos, percorre a trilha ilustrada pelo antigo ditado que se dizia nas colônias espanholas: “La ley se acata pero no se cumple. Sem medo de ser feliz, Antonio Palocci é alçado a candidato enquanto o caseiro mergulha nas trevas do esquecimento e das dificuldades.
Sem lei ficam desprotegidas as pessoas comuns, avança o estado de anarquia, fenece o Estado Democrático de Direito, deturpa-se a democracia, acentua-se o vale tudo da política onde apenas interessa o poder pelo poder. Quanto ao povo convertido em plebe é apenas mansa massa de manobra, anestesiada, tangida pela propaganda enganosa, pelo populismo, pelas ilusões do teatro de torpezas em que a política se aprofunda.
Já não se distingue mais quem comanda a Nação, se bandidos ou mocinhos, se narcotraficantes ou instituições e, significativamente, quando o presidente da República posa para a posteridade com um colar de folhas de coca e abraçado com um representante do “socialismo do século 21”, chega-se à triste conclusão de que fazemos parte de um Brasil desfibrado. Pior, desfibrado por nossa complacência, por nossa aquiescência, por nossa cumplicidade. Não é emblemático que o povo fique sempre do lado dos bandidos e não dos policiais?

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

COMENTO:
Está aí uma boa parte da origem do pensamento nacional que se observa em todas as instituições brasileiras,nas famílias, na sociedade civil organizada......
Como mudar?Só através da educação, da introdução de valores morais na escola e seio familiar.Não tem outro caminho.Os resultados?Talvez daqui há 20anos se começar já.

sábado, 5 de setembro de 2009

A realidade e a esquerda sobre Israel e a paz

Artigo retirado do site www.deolhonamidia.org.br

O TEXTO É GRANDE MAS MUITO ILUSTRATIVO.MOSTRA COMO A IDEOLOGIA DETURPA A REALIDADE.


Deve haver alguma coisa no ar no último mês: dois proeminentes esquerdistas reconheceram publicamente a existência de problemas fundamentais com o “processo de paz”, que tornam um acordo impossível se não forem resolvidos.

Aluf Benn, o correspondente diplomatico do Haaretz, mencionou um problema na sua coluna de 7 de agosto, ao descrever uma conversa com um “diplomata europeu de primeiro escalão”. Benn fez uma pergunta simples: De que maneira o acordo beneficiaria os israelenses comuns? O diplomata ficou perplexo. Não era óbvio? Seria criado o estado palestino! Depois do comentário de Benn no sentido de que a maioria dos israelenses se preocupa muito pouco com os palestinos, pois o que eles querem saber é como a paz poderia beneficiá-los, o diplomata tentou de novo: “O terrorismo terminará”. “Não me faça rir”, respondeu Benn.

Quando o Exército de Defesa de Israel se retirou de partes da Margem Ocidental e de Gaza, no âmbito dos Acordos de Oslo, homens-bomba suicidas se explodiram em cidades israelenses. Quando se retirou completamente de Gaza, foi bombardeado com foguetes no Neguev. Mas os homens bomba não mais se explodiram depois que o exército reocupou a Margem Ocidental e os foguetes pararam depois da operação de janeiro em Gaza. Resumindo, o exército israelense fez um trabalho muito melhor para obter a “paz” como os israelenses a entendem — isto é, não ser assassinados — do que o “processo de paz”.

A normalização com o mundo árabe também atrai muito pouco, assinalou Benn; a maioria dos israelenses “não têm uma vontade incontrolável de voar pela El Al através do espaço aéreo da Arábia Saudita nem de visitar as regiões turísticas do Marrocos”. E os aspectos negativos do acordo — financiar a evacuação de dezenas de milhares de assentados (“colonos”) e a “perspectiva assustadora de divisões internas violentas” são concretos.

A conclusão de Benn acerca da conversa foi chocante: até agora, a comunidade internacional jamais pensou sobre como um acordo poderia beneficiar os israelenses; isso foi considerado sem importância.

Mas, observou ele, para persuadir os israelenses a apoiar um acordo, o mundo teria que começar a pensar nisso. Porque os israelenses já têm o que mais querem, “paz e tranqüilidade”, e não desejam arriscá-los por outra “aventura diplomática cujas possibilidades de êxito são mínimas e cujos perigos são formidáveis”.

Uma semana depois, o professor Carlo Strenger — um esquerdista veterano que, como ele mesmo escreveu, pensa que “a ocupação tem que acabar tão rapidamente quanto possível” — assinalou a existência de um segundo problema em sua coluna semi-regular do Haaretz. Pensando nas razões pelas quais a esquerda israelense praticamente desapareceu, ele concluiu que isso aconteceu porque os esquerdistas “falharam em fornecer um retrato realista do conflito com os palestinos”.

Durante anos, ele observou, os esquerdistas proclamaram que um acordo com os palestinos iria produzir “paz agora”. Em vez disso, a Autoridade Palestina “educou suas crianças com manuais violentamente anti-israelenses e muitas vezes diretamente anti-semitas”, além de ter falhado em prevenir (ou talvez até mesmo tenha incentivado) o envio de homens bomba suicidas em 1996, bem como sabotado as negociações sobre o estatuto final de 2000 e 2001, e promovido a segunda intifada.

Mas em vez de admitir o seu erro em acreditar que retiradas de territórios trariam a paz, escreve Strenger, a esquerda culpou Israel: Os homens bomba de 1996 se explodiram “porque o processo de Oslo foi muito lento”; as conversações falharam porque as ofertas israelenses foram insuficientes; a segunda intifada começou porque Ariel Sharon visitou o Monte do Templo.

Resumindo, a esquerda adotou duas premissas falsas:

Primeiro, “qualquer declaração ou ação agressiva ou destrutiva feita por um grupo não ocidental deve ser explicada pela dominação ou pela opressão ocidental”, portanto “eles não são responsáveis por seus atos”.

Segundo, “se você é gentil com as pessoas, todos os conflitos desaparecerão”; outras motivações humanas básicas, como o desejo por “domínio, poder e... auto-respeito”,são irrelevantes.

Strenger concluiu que se a esquerda, “quiser recuperar alguma credibilidade e convencer os eleitores de que tem um papel a desempenhar, precisa dar à população um retrato razoável da realidade”.

Mas o mesmo poderia ser dito da comunidade internacional, que tem atribuído todos os fracassos do processo de paz a ações israelenses: a construção de assentamentos, “força excessiva”: contra o terror palestino, concessões insuficientes, etc.

Embora Benn e Strenger estejam ostensivamente tratando de questões diferentes, as mesmas estão intimamente relacionadas. Os esquerdistas reforçaram o hábito ocidental de culpar Israel por cada fracasso, porque eles são os únicos israelenses que os políticos e jornalistas ocidentais levam a sério. E esse hábito contribuiu em grande medida para que a maioria dos israelenses veja o processo de paz pelo prisma do puro sofrimento, sem qualquer ganho compensatório.

Primeiramente, já que o mundo tem debitado todo o ônus a Israel, os palestinos não se sentem pressionados a corrigir o seu comportamento, quer seja no sentido de parar com o terror ou no sentido de fazer concessões relativas a questões que são vitais para os israelenses, no âmbito do estatuto final. Israel tem aumentado as suas ofertas nos últimos 16 anos, mas os palestinos ainda não se moveram uma polegada. Não apenas eles não desistem do direito de retorno, mas também se recusam até mesmo a reconhecer a conexão histórica dos judeus com esta terra.

Em segundo lugar, se os israelenses se importam muito pouco com as relações com o mundo árabe, eles se preocupam bastante com suas relações com o ocidente. Portanto, um atrativo importante do processo de paz é a perspectiva de melhorar esse vínculo.
Em vez disso, a situação de Israel, especialmente na Europa, decaiu desde 1993. Os europeus agora consideram Israel como a maior ameaça à paz mundial. A violência anti-semita na Europa tem aumentado. Esquerdistas europeus e americanos rotineiramente negam a Israel o direito à existência, e pedidos de sanções e boicotes estão ganhando popularidade. Tudo isso seria impensável há 16 anos atrás.

E esta queda livre no estatuto de Israel está diretamente ligada ao fato de que sempre que alguma coisa vai mal com o processo de paz, a maioria dos ocidentais culpa Israel. Efetivamente, o fato de que Washington (pré Barack Obama) era a única exceção a esta regra é uma boa explicação para entender porque o nome de Israel permanece valorizado na América.

Devido a que esta resposta automática permaneceu imutável durante 16 anos, os israelenses estão agora convencidos de que ela continuará inalterada mesmo depois que um acordo final for assinado. A partir do momento em que os palestinos expressarem uma nova demanda após o acordo, ou se engajarem em terror anti-israelense, o ocidente insistirá que Israel aceda à demanda ou evite responder ao terror. E Israel será vituperado se não o fizer. Resumidamente, Israel deverá arcar com todas as concessões exigidas pelo acordo e ainda assim verá seu relacionamento com o ocidente deteriorar-se.

O ponto principal abordado tanto por Benn como por Strenger é que nenhum acordo de paz será possível a menos que tanto o ocidente como a esquerda israelense alterem radicalmente o seu comportamento. Mas a pergunta do milhão de dólares é se alguém que pertença a qualquer um desses setores tem condições de percebê-lo.