domingo, 25 de dezembro de 2011

A matança continua

Ataque suicida no Afeganistão deixa ao menos 15 mortos

Homem disparou explosivos durante funeral na
cidade de Taloqan.

Nova explosão atinge terceira igreja na Nigéria no domingo
de Natal
Porta-voz de grupo islâmico Boko Haram assumiu a autoria dos
atentados.País africano sofre com atentados que já deixaram pelo menos 25
mortos.
Confrontos de terça na Síria deixam ao menos 56 mortos,
diz oposição
Informação é do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, na
Grã-Bretanha.Mortes devido à repressão no país passam de 5 mil, segundo a
ONU.

sábado, 19 de novembro de 2011

América Latina fecha os olhos e a mídia também.

Especialista americano adverte: o terror islâmico já está no Brasil


Em entrevista ao jornalista Leonardo Coutinho publicada pela edição de VEJA que deixa hoje as bancas, o embaixador Roger Noriega, americano neto de imigrantes mexicanos nascido em Kansas e especialista em América Latina, descreve como o terrorismo islâmico está infiltrado no continente e chega ao Brasil: ”Rezo para que as autoridades brasileiras deixem de cometer o erro de ignorar o terrorismo”, diz ele. “O risco para o país é real e iminente”.
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O Brasil não é imune a atentados


Nas últimas duas décadas, o embaixador americano Roger Noriega, de 51 anos, atuou na linha de frente na elaboração da política externa dos Estados Unidos em relação à América Latina. Trabalhou como consultor do Congresso americano e, no governo de George W. Bush, foi chefe da delegação dos EUA junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) por dois anos.


Em 2003, assumiu o cargo de secretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, do Departamento de Estado. Ficou no posto até 2005, quando deixou a vida pública para atuar no American Enterprise Institute for Public Policy Research, um centro de estudos em Washington que reúne pesquisadores das mais diversas áreas, principalmente as de segurança e políticas públicas.


Em outubro, uma semana antes da prisão do iraniano acusado de planejar um atentado contra o embaixador da Arábia Saudita em Washington, Noriega divulgou um artigo sobre as atividades do Irã e do grupo libanês Hezbollah na fronteira mexicana. Na entrevista a seguir, ele conta como foi capaz de antecipar a presença dos terroristas nas franjas do território americano e denuncia a escalada do terror na América Latina.


Como o senhor sabia que o Irã e o Hezbollah atuavam em consórcio com traficantes mexicanos?


Nossa investigação foi baseada em meses de estudos realizados por uma equipe de quatro pessoas que percorreu, além do México, muitos países vizinhos. Essa equipe entrevistou autoridades e fontes secretas nos grupos comandados pelo libanês Hezbollah na região. Nós juntamos os nomes, ligamos os pontos e revelamos uma realidade perigosa.


O Irã e o Hezbollah têm expandido suas bases na América Latina com o objetivo de promover atentados terroristas. Eles construíram uma estrutura operacional de recrutamento, treinamento e captação de recursos. Os fatos observados indicam que os terroristas compartilharam suas experiências com os cartéis do tráfico no México.


Além do relatório publicado a respeito no site do American Enterprise Institute for Public Policy Research, que antecipou as informações sobre essas ações extremistas, nós produzimos um documento confidencial compartilhado com autoridades e vários governos da região.


Por que os Estados Unidos demoraram a detectar essa movimentação em sua fronteira sul?


Gasto grande parte do meu tempo explicando aos políticos americanos que negligenciamos a América Latina.
Recentemente, apresentei no Congresso provas consistentes das atividades desses grupos terroristas no continente. Nossos investigadores identificaram pelo menos duas redes paralelas que colaboram entre si e crescem de forma alarmante na América Latina.


Essas redes são compostas de mais de oitenta extremistas instalados em doze países, concentrados sobretudo no Brasil, na Venezuela, na Argentina e no Chile. Nós não podemos enfrentar as ameaças transnacionais do tráfico de drogas e do terrorismo sem a cooperação de nossos amigos na região.
Por isso, os Estados Unidos precisam prestar mais atenção na região, estabelecer relações econômicas fortes e saudáveis para estimular o crescimento, a prosperidade e a estabilidade entre nossos vizinhos.


Qual tem sido o papel da CIA, a agência de inteligência americana, em relação a esse problema?

Praticamente, nenhum. Em paralelo com o nosso trabalho, que tornou pública a presença do Irã e do Hezbollah no México, o DEA (a agência antidrogas americana) já vinha investigando as ligações entre extremistas islâmicos e traficantes de drogas.

E eu acho que isso foi uma sorte, porque os integrantes do DEA estão acostumados a pensar além do que diz o manual. Eles não foram constrangidos pelo raciocínio convencional dos especialistas da CIA em Forças Quds (a unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã).

Na agência de inteligência, eles poderiam ter concluído que o modus operandi dos iranianos de contratação do cartel mexicano Zetas para executar o embaixador saudita em Washington era incomum demais para ser realidade — o que poderia ter sido fatal. Em vez disso, o DEA, extremamente ativo em investigações de vários tipos no continente, seguiu em frente e descobriu o plano para matar o embaixador Adel al Jubeir.

Quais são exatamente as conexões do Irã e do Hezbollah na América Latina?

Em 2007, um terrorista que tentou cometer um atentado no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, foi preso em Trinidad e Tobago quando se preparava para viajar a Caracas. Da capital venezuelana, ele seguiria para Teerã, onde, segundo alegou, faria um curso de religião.

Ele sabia para onde fugir em segurança. A Venezuela é uma base avançada do terrorismo islâmico na América Latina. Na Ilha Margarita, na costa venezuelana, funciona um dos mais movimentados centros de treinamento de terroristas fora do Líbano.

A Tríplice Fronteira, região entre a Argentina, o Brasil e o Paraguai, ainda preocupa por ser um centro de operações financeiras das mais diversas organizações terroristas. Mas é na Venezuela que esses grupos terroristas têm permissão oficial para adestrar-se e planejar ataques contra os Estados Unidos.

O senhor, então, acusa o governo venezuelano de dar suporte a terroristas?

Não resta dúvida de que o presidente Hugo Chávez usa a riqueza petrolífera de seu país para fortalecer o terrorismo islâmico, cujo alvo principal é o território americano. Isso é um escândalo.

Sinceramente, em qualquer lugar em que exista uma embaixada iraniana ou mesquita ou centro islâmico patrocinado pelo Irã, e na Venezuela praticamente todos o são, pode haver uma célula do grupo libanês Hezbollah.

Não estou sugerindo que toda mesquita seja um centro de terrorismo. Essa é uma suposição ridícula e perigosa. Entretanto, quando agentes iranianos patrocinam mesquitas e centros islâmicos nas Américas, eles o fazem com a finalidade explícita de radicalizar a comunidade muçulmana local. A missão básica desses emissários do terror é identificar alguns indivíduos com potencial para ingressar no Hezbollah ou nas Forças Quds.

Como esses extremistas islâmicos atuam na Venezuela?

Há uma rede que administra a captação de recursos, o recrutamento, o treinamento e a coordenação dos agentes do Hezbollah no país. Essa rede leva o nome de seu chefe, Ghazi Nassereddine. Ele é um venezuelano nascido no Líbano que exerce um cargo diplomático na Síria.

Em 2008, Nassereddine foi identificado pelo governo dos Estados Unidos como um dos fornecedores de suporte logístico e financeiro ao Hezbollah. Apesar de sua relevância, eu o considero menos perigoso que seus comparsas. Esses atuam mais discretamente em suas atividades de treinamento. Nossas fontes confidenciais nos trouxeram evidências de que, no ano passado, ativistas iranianos e do Hezbollah realizaram, na Ilha Margarita, um curso de técnicas terroristas para alunos de países da América Latina.

Como se não bastasse, a Venezuela foi utilizada como sede de uma reunião de líderes terroristas do Hamas, do Hezbollah e da organização palestina Jihad Islâmica. Esse encontro ocorreu em Caracas em 22 de agosto de 2010, com o aval de Hugo Chávez.



O presidente venezuelano é o único governante da região a apoiar terroristas?

O presidente da Bolívia, Evo Morales, hospeda uma academia de treinamento de milicianos patrocinada pelos iranianos. Essa escola foi inaugurada recentemente pelo infame ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, identificado como um dos arquitetos dos atentados contra alvos judaicos em Buenos Aires, nos anos 90.

Tanto a Bolívia quanto o Equador estão permitindo que o Irã realize movimentações supostamente comerciais em seus territórios. A mais preocupante delas é a exploração de minérios estratégicos, como urânio.

Essas operações suspeitas podem ser úteis para acelerar o programa nuclear iraniano. Além disso, o comércio entre a Argentina e o Irã aumentou dramaticamente nos últimos anos. Temo que, com o crescimento dos interesses comerciais, exista a possibilidade de que as preocupações com segurança esmoreçam.

A Justiça argentina ainda tenta prender e julgar os diplomatas iranianos autores de dois atentados no país. O senhor acha que esse comportamento pode mudar?

Os argentinos estão totalmente cientes das atividades do Irã em seu território. Os atentados contra a Embaixada de Israel e contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1992 e 1994, são prova disso.

Por isso, o Judiciário da Argentina pediu a emissão de um mandado internacional de prisão pela Interpol. Mas, francamente, algumas operações do governo argentino com o Irã são muito suspeitas. A principal delas é o acordo de cooperação na área nuclear assinado entre os dois países.

Espero que a descoberta pelo DEA de que poderia haver também outro ataque em Buenos Aires coloque a Casa Rosada em alerta.




Por que o Irã e o Hezbollah escolheram a América Latina como campo de operações?

A proximidade com os Estados Unidos torna a região atraente. O presidente Hugo Chávez, como já disse, também vem construindo uma aliança estreita com o Irã, como forma de fortalecer sua agenda antiamericana. Além disso, ele usou os petrodólares de seu país para abrir as portas da Bolívia e do Equador para o Irã.
Como se não bastasse, os serviços de inteligência locais são ineficientes e a América Latina tem baixa capacidade de aplicação das leis. Essa combinação transforma os países latino-americanos em solo fértil para terroristas globais. Diante dessas circunstâncias, o governo dos Estados Unidos precisa empenhar-se mais na cooperação com nossos vizinhos amigos e, desse modo, fortalecê-los.



O que o senhor pode dizer sobre o Brasil?

Há evidências claras de que Mohsen Rabbani, um agente das Forças Quds envolvido nos atentados perpetrados em 1992 e 1994, esteve no Brasil duas vezes nos últimos dois anos.
Embora proibido de sair do Irã, por causa de um mandado de prisão expedido contra ele pela Interpol, Rabbani se vale de documentos falsos para entrar no Brasil pela fronteira venezuelana. Isso tem de ser motivo de preocupação.

Relatórios oficiais dizem que Rabbani e seu irmão, Mohammad Baquer Rabbani Razavi, com residência fixa no Brasil, recrutaram dezenas de jovens pobres brasileiros para sua causa extremista. Sabemos que Razavi, apesar de ser xiita, uniu-se a líderes sunitas para dar suporte às operações do Hezbollah na Tríplice Fronteira.

Eu espero que as autoridades brasileiras parem de negar a existência de extremistas no país e passem a considerar a crescente atuação de organizações terroristas na América Latina. A própria segurança de cidadãos brasileiros está em jogo. O governo do Brasil não pode ignorar essa ameaça.

Qual é o risco para o Brasil?

Dentro em breve, o país será palco da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Obviamente, isso transforma o Brasil em alvo tentador. É um erro subestimar esse fato.

A presença de redes terroristas em território brasileiro obriga as autoridades responsáveis pela segurança a aumentar sua atenção. O Brasil, ou qualquer outra nação, não está imune a atentados. A comunidade internacional deu um voto de confiança ao Brasil e espera que o país não falhe em garantir a integridade física dos atletas e do público da Copa e dos Jogos Olímpicos.

Rezo para que as autoridades brasileiras deixem de cometer o erro de ignorar o terrorismo. O risco para o país é real e iminente.



Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os paradoxos palestinos

A duplicidade do Fatah

Escrito por Khaled Abu Toameh | 12 Outubro 2011 | MSM


As mensagens conflitantes provenientes do Fatah lançam sérias dúvidas sobre as verdadeiras intenções da facção. Além disso, essas mensagens criam a impressão de que não há muita diferença entre o Fatah, apoiado pelo Ocidente, e o Hamas.


A duplicidade do Fatah não é um fenômeno novo. Qualquer pessoa que entende árabe e inglês pode notar facilmente as mensagens conflitantes dos líderes e representantes da facção.

A estratégia do Fatah tem sido sempre dizer uma coisa ao mundo exterior e algo completamente diferente aos palestinos.


Talvez a declaração mais perturbadora, no entanto, veio de Abbas Zaki, que é membro-sênior do Comitê Central do Fatah e ex-embaixador da OLP no Líbano. No mesmo dia em que Mahmoud Abbas discursou na ONU (em 23 de setembro), Zaki declarou na Al-Jazeera:

“o objetivo maior não pode ser realizado de uma só vez. Se Israel se retirar de Jerusalém, evacuar os 650.000 colonos e desmontar o muro, o que será do país? Vai acabar. Se dissermos que queremos eliminar Israel, isso não é aceitável. Não diga essas coisas para o mundo. Mantenha-as para si mesmo”.


Assim, enquanto Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, estava dizendo ao mundo que os palestinos apóiam a solução de dois Estados, um de seus representantes dizia aos palestinos e ao mundo árabe que o Fatah não desistiu do seu sonho de destruir o Estado judeu.


O exemplo mais recente foi fornecido por Tawfik Tirawi, membro do Comitê Central do Fatah e ex-comandante da Força Geral de Inteligência da Autoridade Nacional Palestina.


Tirawi disse a estudantes universitários que o Fatah nunca “largou o rifle” -- uma indicação de que a facção poderia retomar a opção da “luta armada” contra Israel.


Sua declaração contradiz garantias de outros líderes do Fatah de que eles abandonaram completamente o caminho da violência e buscam uma solução pacífica com Israel.


Tirawi também disse aos estudantes universitários que os palestinos consideram os EUA seu inimigo número um por causa do constante apoio de Washington a Israel.


Novamente, essas observações contradizem declarações do líder do Fatah, Mahmoud Abbas, e de seus assessores, de que os palestinos não querem um confronto com os EUA e procuram continuar cooperando com o governo americano para conseguir a paz no Oriente Médio.


Outros líderes da Fatah, incluindo Nabil Sha'ath, Abbas Zaki e Mohammed Dahlan, também têm afirmado que seu movimento nunca reconheceu o direito de existência de Israel. Eles argumentam que foi a OLP, e não o Fatah, que aceitou a solução de dois Estados, quando assinou os Acordos de Oslo em 1993.


Esses funcionários estão ignorando o fato de que o Fatah é a maior facção da OLP. Declarações de alguns altos líderes do Fatah sugerem que a facção palestina continua a falar em mais de uma voz.


Os líderes do Fatah ainda não se distanciaram das declarações de Tirawi, Sha'ath e Zaki.
Deixar de fazê-lo não só prejudica a credibilidade da facção, mas também põe em dúvida sua confiabilidade como verdadeira parceira para a paz.

Khaled Abu Toameh, um muçulmano árabe, é jornalista veterano, vencedor de prêmios, que vem dando cobertura jornalística aos problemas palestinos por aproximadamente três décadas. Estudou na Universidade Hebraica e começou sua carreira como repórter trabalhando para um jornal afiliado à Organização Para a Libertação da Palestina (OLP), em Jerusalém. Toameh trabalha atualmente para a mídia internacional, servindo como “olhos e ouvidos” de jornalistas estrangeiros na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza.

Os artigos de Abu Toameh têm aparecido em inúmeros jornais em todo o mundo, inclusive no Wall Street Journal, no US News & World Report e no Sunday Times de Londres. Desde 2002, tem escrito sobre os problemas palestinos para o jornal Jerusalem Post. Toameh também é produtor e consultor da NBC News desde 1989.

domingo, 2 de outubro de 2011

Mitos e realidades dos grandes eventos

O que Copa e Olimpíadas fazem pelas cidades?
Por RENATA NEDER, da ONG Action Aid

“Bilhões de dólares foram gastos em estádios e outras obras, mas nós permanecemos em barracos sem energia. Eles pediram para a gente “sentir a Copa” [expressão usada no slogan oficial do evento], mas nós não sentimos nada além da dor da pobreza piorada pela dor da repressão. O dinheiro que deveria ser gasto urbanizando as comunidades mais pobres foi desperdiçado. A Copa do Mundo vai terminar no domingo e nós ainda seremos pobres.”

Essa foi a fala de um jovem de Johannesburgo durante a Copa do Mundo de 2010. Reflete o sentimento de muitos sul-africanos em relação ao evento.

Eu estive na África do Sul alguns meses antes do início da Copa. Encontrei um país em obras e muita gente reclamando. Mas, quando os jogos começam, os problemas costumam ser esquecidos. Passada a euforia do momento, começam as discussões sobre os impactos do evento, o uso dos recursos, quem se beneficiou realmente… e por aí vai.

Essa discussão não termina, porque acaba emendando nas discussões daqueles que já estão preocupados com o futuro das suas cidades que serão sede das próximas Copas e Olimpíadas. Já existem muitas informações disponíveis e que merecem atenção.

Em 2010, as Nações Unidas lançaram um relatório sobre o impacto das Olimpíadas nas cidades-sede. Os números são chocantes. Seul (1988): 15% da população foi desalojada, 48 mil edifícios foram destruídos. Pequim (2008): Um milhão e meio de pessoas foram removidas. Atlanta (1996): 15 mil pessoas removidas. E essas remoções e despejos, na maior parte das vezes, foram feitos de forma violenta e desrespeitando direitos básicos da população.

Além do impacto direto das obras e de como elas são feitas, também há o ponto importante de quem realmente se beneficia com a realização destes eventos. Na África do Sul, por exemplo, muitos homens e mulheres artesãos, comerciantes, vendedores, trabalhadores, etc, acreditaram que poderiam se beneficiar e aumentar um pouco sua renda durante os jogos. Mas não foi assim. Os pequenos comerciantes e artesãos não tiveram acesso aos estádios e arredores. Um perímetro de exclusividade foi criado ao redor dos estádios. Ali, apenas as grandes redes e marcas poderiam comercializar seus produtos. Resultado: quem lucrou foram as grandes empresas, não os sul africanos.

E falando em estádio… hoje, apenas um ano depois da Copa, já se discute na África do Sul a demolição de alguns dos estádios construídos. O custo da manutenção é alto demais, não justifica manter o “elefante branco” em pé.

E o que falar dos gastos? A Copa da África do Sul acabou custando 17 vezes mais do que o previsto inicialmente. Cidades que foram sede de mega eventos se endividaram além de suas capacidades e passaram muitos anos pagando a conta. È o caso de Atenas (2004) e Montreal (1976) que sediaram os Jogos Olímpicos.

Quanto mais investigamos, mais vemos cenários desanimadores. Mas, como disse o cientista político Antonio Gramsci, não devemos ficar apenas no pessimismo da razão. Devemos ter o otimismo da vontade.

O otimismo da minha vontade diz que é possível trilhar outros caminhos em que a realização de megaeventos esportivos promova inclusão social, gere renda e diminua desigualdades. Mas o caminho que leva a esse legado é o caminho da participação popular, da transparência, do controle social sobre as políticas e uso de recursos públicos.

O Brasil e o Rio de Janeiro podem aprender muito com outras experiências e escolher um caminho melhor para a realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.

Extraído do sítio da revista “Época”. Leia aqui.

sábado, 24 de setembro de 2011

A hipocrisia

Aula de hoje: Hipocrisia 101 Estudo de caso: O conflito Árabe-Israelense 1. Primeiro ministro da Turquia expulsa Embaixador Israelense, por Israel não se desculpar da defesa de seus soldados contra dezenas de homens armados, que causou 8 mortes, mas bombardeia curdos causando centenas de mortos. 2. Embaixador Israelense expulso do Egito por ser um Estado criminoso, mas Israel cede aos Egípcios 66% do seu território em troca de paz e a população Egípcia assassina o presidente que fez paz com Israel, 40 anos antes. 3. Embaixador Israelense expulso da Jordânia, por não estar alinhado à causa palestina, mas jordânia que controlou por dezenas de anos a Cisjordânia nunca criou um Estado Palestino e massacrou 4000 palestinos no Setembro Negro. 4. Turquia critica muro de proteção Israelense, mas tem um muro de separação no Norte do Chipre. 5. Turquia critica Israel por ocupar terras, mas em pleno século XXI tenta conquistar e invadir terras gregas. 6. 40% das condenações da ONU são contra Israel, mas só nesta ultima revolução morreram mais Libios, do que palestinos desde a criação de Israel. 7. Ahmadinejad fala, na Conferência contra o Racismo, que o Sionismo é a razão do racismo mundial, mas afirma na ONU que a única forma de paz no mundo é Israel ser varrido do mapa. 8. Brasileiros criticam Israel por oprimir os palestinos, mas o IDH deles é maior do que o dos brasileiros e os índices sócio-econômicos são maiores do que quaisquer paises árabes do oriente médio. 9. Notícia sobre 700 civis massacrados na Síria com 0 comentários, mas notícia de que Ariel Sharon deixará Hospital com quase 50 comentários extremistas. 10. Todos falam dos 4 milhões de refugiados palestinos ( que na verdade são 500 mil, mas a ONU super imparcial tem um orgão para os 20 milhões de refugiados do mundo e um VIP só para os palestinos - que criou um direito VIP que qualquer filho, neto, bisneto e assim por diante, incluindo seus cônjuges, mesmo se cidadãos de outro pais, ganham o status e direitos de refugiado palestino), mas ninguém fala dos 1 milhão de refugiados judeus dos países árabes. 11. Israel é criticado por "força desproporcional" quando liga e manda sms avisando que vai bombardear tal lugar porque é um ponto de lançamento dos cerca de 10 mísseis diários disparados contra cidadãos Israelenses, mas a OTAN bombardeia e mata dezenas de civis na Líbia pra não dizer dos bombardeios em cidades inteiras da Segunda Guerra

domingo, 11 de setembro de 2011

Alguma novidade nisso?

11/09/2011

A Copa do Mundo e a pior de todas as corrupções: a do estado de direito


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recorreu ao Supremo contra a tal lei que institui o regime diferenciado para as obras da Copa do Mundo e da Olimpíada. Entenda-se por “regime diferenciado” o relaxamento dos critérios para a aferição de custos. Nos corredores de Brasília já se acusa o procurador de estar retaliando o governo por causa do reajuste do Judiciário. A lei especial é tão escancaradamente inconstitucional que a especulação sobre a disposição subjetiva de Gurgel é expressão de pura má fé. E que se note: ainda que assim fosse, não seria outra a natureza do texto. Vejam em que lama institucional o PT meteu o país.

Estaríamos, então, diante da seguinte escolha: ou o Brasil cumpre a lei, e as obras da Copa não ficariam prontas a tempo, ou, então, as descumpre, e essa seria uma condição necessária para que não se assistisse a um grande vexame: se a Fifa perceber que a coisa caminha para a breca, muda a tempo a sede do torneio. Há países com infra-estrutura adequada para receber o evento, bastando alguns ajustes. O que há de particularmente interessante nisso é que o PT não inova; ao contrário, pode-se dizer que age até com método. No poder, o partido é um notório desrespeitador da lei e das instituições, que passam a ser consideradas empecilhos à boa governança.

É impressionante que o debate esteja posto nestes termos: “Ou se segue a lei ou se faz a Copa”. Infelizmente, essa abordagem começa a ganhar setores da imprensa respeitável. Estudo recente do IPEA demonstra que, dado o ritmo dos trabalhos, estádios, portos, aeroportos e as obras de mobilidade nas cidades-sede não estarão prontos a tempo. Muito bem! E qual é, então, a saída? Ora, mandar a lei e a Constituição às favas e adotar o tal regime especial!!! Fala-se isso abertamente. É como se indagassem: “Só faltava agora a gente não fazer a Copa só por causa da ordem legal!!!”

Da forma como as coisas caminham, a Copa do Mundo de 2014 tem tudo para atingir o estado da arte da roubalheira Hoje, com algumas poucas obras mal saindo do papel, já se tem um show de desinformação. Reportagem da Folha traz um dado impressionante (em azul):
O Portal da Transparência do governo, montado pela Controladoria-Geral da União, diz que a Copa custará R$ 23,4 bilhões. A Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), que tem acordo de cooperação técnica com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Ministério do Esporte, trabalha com outros números. Estima em R$ 112 bilhões o custo total do Mundial e em R$ 84,9 bilhões, se considerado o recorte feito pelo Portal da Transparência, com o cálculo incluindo só aeroportos, portos, segurança, arenas e mobilidade urbana .

Não foi nenhum grupo inimigo ou interessado em derrotar o petismo que divulgou os dados. Ao contrário: a Abdib, como se informa acima, trabalha em parceria com a CBF e com o Ministério dos Transportes. O que farão os ministros do Supremo? Não tenho a menor idéia. E é ruim não ter. Afinal, a tarefa daqueles 11 (por enquanto, 10) não é tornar viáveis aeroportos, portos, estrada ou metrô. Isso está fora da alçada do Judiciário. A sua tarefa é fazer valer a lei. Seu papel não é julgar segundo o clamor — público ou privado —, mas segundo o que vai na Carta. O maior de todos os vexames seria tomar uma decisão de caráter político.

Só estamos diante deste falso dilema — ou a Copa do Mundo ou a lei — porque o governo Lula foi de uma estúpida incompetência. Passou dois longos anos fazendo proselitismo sobre o evento sem sair do lugar. Nesse particular, esses nove primeiros meses do governo Dilma não inovam. Há quase três anos, pois, os petistas se quedam inertes Quando decidiram agir, descobriram que havia leis no meio do caminho. E agora nos propõe um plebiscito indecoroso: “Copa com esculhambação ou decência sem Copa”. Que gente é essa, santo Deus!? E cumpre lembrar: a Dilma ministra foi uma das pessoas que impediram a privatização dos aeroportos, por exemplo.

Numa democracia, essa oposição ente ordem legal e pragmatismo ilegalista é uma aberração. Se a moda pega, toda e qualquer urgência serão definidas por legislação de exceção, a exemplo do que fazem as ditaduras. Nestes dias, em que milharas marcham contra a lambança e a impunidade, o PT se mobiliza para a mais grave de todas as corrupções: a do estado de direito. Espero que o Supremo faça essa gente meter o rabo entre as pernas - ou será coadjuvante de uma tramóia bilionária.
Por Reinaldo Azevedo

COMENTO:
É a cultura nacional:O brasileiro não gosta de seguir regras, cumprir leis.O exemplo vem de cima e se estende para baixo em todas as camadas sociais.

sábado, 10 de setembro de 2011

Uma análise realista e detalhada da primavera Arabe.

Análise estratégica das revoltas nos países árabes

Escrito por Heitor De Paola | 03 Agosto 2011
Internacional - Oriente Médio


Esperar que movimentos islâmicos instaurassem a democracia e a liberdade equivale a esperar que uma passeata de prostitutas restaure a moralidade.

Um jornalista (sic) que se autodenomina 'especialista' em Oriente Médio contestou a afirmação que fiz no último artigo de que os planos da Al Qaeda seriam facilmente endossados, com mínimas discordâncias, pela Fraternidade Islâmica e outros movimentos políticos, religiosos ou terroristas, pois segundo ele a Fraternidade não apóia grupos terroristas, nem tem vínculos com a Al Qaeda. Ora, um 'especialista' em Oriente Médio deve no mínimo entender alguma coisa de estratégia e saber que divergências táticas jamais impediram alianças estratégicas. Dei a ele a resposta que aqui coloquei em epígrafe.

Como já adverti em artigos anteriores, as discussões diplomáticas e a avaliação estratégica dos países islâmicos não podem ser desenvolvidas com base em pré-concepções ocidentais exclusivamente judaico-cristãs, tais como democracia, liberdade, livre iniciativa, direitos trabalhistas e das minorias, etc. Estes conceitos e estas crenças não pertencem ao universo mental, conseqüentemente, nem à religião nem à ideologia islâmicas, totalmente baseadas na submissão a Allah e seu Profeta Mohamed tal como prescrita no Corão, nos Haddithim e na Sunna. Aqueles conceitos só podem ser aplicados aos povos ocidentais, nunca a quaisquer outros povos. Sejam hinduístas, xintoístas, budistas, animistas e outros todos os que falam em democracia o fazem dentro de parâmetros mentais totalmente diversos dos nossos, tornando as negociações numa conversa de surdos. Um conceito totalmente desconhecido fora do Ocidente é o de liberdade individual. Quando se negocia com estes outros povos deve-se levar em consideração que quando falam em liberdade estão se referindo a outra coisa qualquer, jamais à liberdade individual, para nós o bem maior. Para os muçulmanos, então, esta é completamente desconhecida e mais ainda: desejá-la é uma heresia, um atentado contra a submissão corânica.

Falta aos ocidentais o conhecimento de um princípio fundamental do Islam: al Taqiyya: 'o sagrado direito à fraude, de mentir em nome da maior glória de Allah. A falsidade para impedir as ofensas ao Islam, para se proteger, ou para promover a causa do Islam é aceita e estimulada pelo Corão e pela Sunna, incluindo a mentira sob juramento perante uma corte. Um muçulmano está autorizado a negar ou denunciar sua própria fé se, ao fazer isto, ele estiver protegendo os interesses do Islam, desde que, em seu coração, ele permaneça fiel'. A Taqiyya vem sendo usada desde o século VII para confundir e dividir o inimigo. É derivada dos antigos hábitos tribais beduínos[2]. Embora muitos estudiosos advoguem que seja um hábito puramente xi'ita, na verdade é inerente ao Islam como um todo.

Ibn Abbas comentava que "al-Taqiyya é uma expressão exclusivamente da língua, enquanto o coração permanece confortado com a fé". Significa que à língua é permitido expressar qualquer coisa, desde que o coração não seja afetado. Abd Ibn Hameed, sob a autoridade de al-Hassan, disse: "al-Taqiyya é permitida até o Dia do Juízo, somente então não poderá ser usado"[3]. É exatamente este estratagema que permite dizer que o Islam é uma 'religião de paz' enquanto matam mais dos que os comunistas e nazistas o fizeram[4].

Origens dos distúrbios que afetam os países árabes [5]

A análise de Barry Rubin, Who Really Made Egypts Revolution?: The Story The Media Missed mostra a especificidade do discurso que animou a chamada "primavera da Praça Tahir'. Rubin não nega que alguns membros do movimento pediam eleições livres, o fim da ditadura de Mubarak e seus líderes visíveis genuinamente desejavam alguma forma de democracia e direitos humanos - mas não os direitos individuais.

"Porém os elementos bem organizados por trás das manifestações têm uma interpretação de democracia bastante diferente da definição Ocidental deste conceito (...) A idéia de que os inimigos daquela ditadura são radicalmente hostis ao Ocidente e favoráveis ao Islam nem passa pela cabeça dos observadores ocidentais".

Do ponto de vista da maioria dos militares egípcios e dos envolvidos na revolução o Islam é a única resposta contra a detestável ocidentalização dos costumes, com incremento da criminalidade e da injustiça. "Os militares vêem no Islam a resposta para os problemas de identidade, justiça social e estabilidade interna". Portanto, um Egito muçulmano é muito mais atraente do que o do ocidentalizado Mubarak, assim como o Xá era detestado no Irã e por sua tentativa de modernização é que foi derrubado. Mesmo que não queiram um Estado dominado pela Fraternidade, eles estão abertos para uma maior influência da mesma nas regras religiosas, ao mesmo tempo em que existe um profundo sentimento de ódio a Israel, à América e ao Ocidente.

O noticiário sobre a 'primavera árabe', a derrubada de ditadores e a imposição da democracia, dá mostras de refluir para as páginas centrais. Alguns, já começam a desconfiar que a tal primavera não passa de um inverno - ou inferno! Chinmaya R. Gharekhan publicou dia 22 de junho no The Hindu, um artigo intitulado Is Arab Spring wishful thinking?, no qual afirma:

"as expectativas e esperanças engendradas pelos eventos na Tunísia e no Egito parecem ter se mostrado baseadas apenas em wishful thinking e não numa avaliação cuidadosa e acurada das características específicas de cada país Árabe e nos interesses de potências estrangeiras que desejavam dirigir os acontecimentos numa determinada direção (...). Precisamos esperar para ver que rumo os acontecimentos vão tomar".

A análise de Chinmaya R. Gharekhan abrange outros países da região, como Líbia, Síria, Yemen e Bahrein.

Embora o jornalismo indiano esteja anos luz à frente dos seus colegas brasileiros, divididos entre imbecilóides arrogantes e outros comprometidos com a expansão das forças globais que ameaçam a civilização ocidental, parece-me um pouco tarde para apenas desconfiar! Desde 18/02/2011 comecei uma série de artigos (Ignorância, mentiras e idiotices em relação aos distúrbios no Oriente Médio), seguido de outro para o Jornal Visão Judaica (O cerco a Israel), além de publicar textos de Donald Hank, Molares do Val, do site de Inteligência STRATFOR, de Ivanaldo Santos, e outros, onde esta ilusão de 'movimento pela democracia' era mostrada com clareza e profundidade de análise como uma claríssima mentira inventada pelas potências ocidentais na defesa de seus próprios interesses.

Os fundamentos ideológicos da "democracia" árabe

Em 2008 o University of Maryland's Program on International Policy attitudes, realizou uma pesquisa no Egito sobre as preferências políticas do povo. Os resultados mostraram claramente o que os egípcios entendem por democracia: Embora 82% tenham se mostrado a favor de algo que chamam "democracia", 73% apoiavam a aplicação mais estrita da Lei Islâmica (Shari'a). Destes, 68% defendem aplicação da Shari'a para regulamentar o comportamento moral dos cidadãos 64% defendem as punições tradicionais como apedrejamento para adúlteras 62% querem que o governo policie a vestimenta das mulheres e 59% apóiam o uso da Shari'a como a única Lei. Um ano antes a mesma Universidade conduziu uma pesquisa de opinião no Egito, Marrocos, Paquistão e Indonésia. 60% responderam que a "democracia" era desejável para seus países, mas 71% concordaram com a 'estrita aplicação da Shari'a em todos os países islâmicos''. Tais resultados sugerem que a idéia de democracia naquela região se restringe à realização de eleições sem incluir nem sombra de direitos individuais, exatamente o que temiam os Founding Fathers quando aprovaram a Constituição Americana e as primeiras dez Emendas, o Bill of Rights.

Vejamos a situação como se apresenta em alguns desses países.

TUNÍSIA: Possivelmente a Tunísia é o único país norte africano capaz de evoluir para uma forma realmente democrática de governo que inclua alguns direitos individuais. Como aponta Bruce Maddy-Weitzman, quatro fatores são favoráveis: (1) uma entidade nacional compacta e bem definida, com forte sentimento nacional e com tradição de economia de mercado e trocas com o exterior; (2) sofreu um processo de modernização importante, com uma classe média culta, o banimento da poligamia e a menor taxa de crescimento populacional de todo o mundo árabe; (3) a tradição de uma sociedade civil atuante e (4) forças armadas de pequeno porte, não politizadas e que se recusaram a substituir o poder civil após a queda do governo ditatorial.

LÍBIA: Por que os bombardeios da OTAN e dos EUA, alegadamente apenas para derrubar Kadhafi, estão destruindo sistematicamente toda a infraestrutura do País e matando civis? Afastado Kadhafi, o que está cada vez mais difícil, o que farão com uma Líbia destruída? Quem reconstruirá a infraestrutura do país, senão empreiteiras ocidentais? Quem tomará conta do petróleo líbio? Entre os revoltosos de Benghazi alguns portavam a velha bandeira dos tempos do Rei Ídris I, com quem era mais fácil para as grandes multinacionais petrolíferas negociarem vantajosamente, principalmente a italiana Ente Nazionale Idrocarburi (ENI). O fato é que podem estar enganados e entregar o poder para fanáticos muçulmanos, pois Idris era o líder da Irmandade Senussi, uma seita antiocidental que pratica uma forma austera e conservadora do Islam, e a estratégia pode sair um tiro pela culatra. Seu avô, Sayyid Muhammad ibn Ali as-Senussi, foi o fundador da religião inspirada no wahabismo dominante na Arábia Saudita.

Além dos monarquistas e de uma minoria de supostamente democratas, outras duas facções podem ser identificadas no Libyan National Transitional Council (NTC): extremistas islâmicos, aliados dos monarquistas, que podem ser chamados de monarquitas-fundamentalistas, que almejam estabelecer um Estado Religioso e elementos até então ligados a Kadhafi que o abandonaram por oportunismo.

Estudos franceses citados por John Rosenthal no National Review em Al-Qaeda and the Libyan Rebellion mostram que membros do Libyan Islamic Fighting Group filiado à Al Qaeda constituem o principal pilar da insurreição, portanto a 'coalizão militar da OTAN está apoiando terroristas islâmicos (...). É inegável que os rebeldes líbios que Washington apóia, há pouco tempo estavam matando soldados americanos no Iraque', onde foram recrutados por Abdul-Hakim al-Hasadi, um ex combatente no Afeganistão que foi preso pelos americanos em 2002 e solto na Líbia em 2008. al-Hasadi é o comandante de uns mil homens nas cidades de Damah e Bin Jawad, no leste da Líbia[6].

Quem leu meus artigos anteriores verá que estas não são novidades... Eu apenas acrescento que Barack Hussein Obama sabe perfeitamente disto e é de sua estratégia entregar o Oriente Médio aos jihadistas da Al Qaeda e aos fundamentalistas islâmicos.

EGITO: As autoridades militares provisórias do Egito, além de reabrirem a fronteira com a Faixa de Gaza sem consultar Israel nem denunciar oficialmente o acordo entre ambos, concederam licença de inscrição como partido político ao mais antigo movimento islâmico do país, a Fraternidade Muçulmana (fundada em 1928). Simultaneamente conseguiram organizar também um novo partido, Hizb al-Nour, de origem salafita. Nada menos que quatro partidos salafitas estão em processo de formação desde a queda de Mubarak. Mas com a formação estimulada pelos militares do Hizb al-Nour é a primeira vez que um grupo salafita aceita participar de eleições relativamente livres, pois, diferentemente do fingido núcleo islâmico central, eles e os wahabitas aos quais muito se assemelham, se opõem claramente à ordem democrática e à elaboração de leis humanas não emanadas diretamente do Corão. Para estes grupos radicais que incluem jihadistas, a democracia é anti-islâmica porque é um sistema que permite aos homens se apoderarem do direito de fazer leis, exclusivo de Allah.

Salafi é uma palavra árabe que significa sunitas seguidores da Salaf islâmica, que pode ser traduzida por 'predecessores' ou 'ancestrais': as três primeiras gerações islâmicas, os Sahaba (companheiros de Mohammed), os Tabi'un (seguidores) e os Tabi' al-Tabi'in (os que vieram imediatamente depois dos seguidores), que são exemplares de como o Islam deve ser praticado através de uma interpretação estrita da Escritura.

Assim também são os wahabitas, seita sunita predominante na Arábia Saudita, seguidores de Muhammad ibn Abd-al-Wahhab, que preconizava no século XVIII purgar o Islam de todas as inovações surgidas nos últimos séculos, consideradas heréticas.

Teoricamente a aceitação de uma limitada democracia por parte dos salafitas significaria um passo muito grande rumo à democratização do Islam. No entanto, analistas conhecedores das intricadas relações entre grupos políticos egípcios, acreditam que seja uma jogada dos militares para impedir a quase certa maioria da Fraternidade em eleições gerais, aliada aos jihadistas do Al Qaeda e outros grupos. Opondo dois poderosos grupos ultraconservadores estariam pretendendo assumir o papel da fiel da balança e, se possível, a eternização no poder como uma espécie de 'poder moderador'. Tais mudanças aparentemente são temidas pela Arábia Saudita, acossada pelas potências xi'itas do Golfo Pérsico, principalmente o Irã e as maiorias no Iraque e Bahrein - além das minorias xi'itas dentro de suas fronteiras, cada vez mais fortes na franja petroleira do Golfo, no Iemen e nos Emirados. Ocorre que existem salafitas em seu território exigindo mudanças desde 1990 sem sucesso e seu crescimento poderia desestabilizar a 'ilha de tranqüilidade' em que vivem os sauditas sob mãos de ferro de seus sete mil príncipes. [7]

SÍRIA: Este país de maioria sunita é controlado por um exército alawita, um dos ramos mais radicais da facção xi'ita do Islam o que implica numa situação inusitada entre os países árabes. Os alawitas existem há mais de mil anos predominantemente nas montanhas Jabal al-Nusayriyah no noroeste da Síria constituindo uma população de 1.6 milhão ou 13% da população do país. Os demais 600 mil distribuem-se pela Turquia e Líbano. Praticam uma religião sincrética e esotérica que mistura o Islam com tradições religiosas babilônicas, helênicas, persas e cristãs. Embora seu nome derive de Ali, genro do Profeta, são considerados hereges pelos sunitas em função deste sincretismo. Não possuem mesquitas e as reuniões religiosas se dão nas casas dos fiéis.

Pois é deste povo que são constituídas as forças militares, firmemente controladas pelos Assad e por eles protegido. Isto reduz em muito as possibilidades de pressão militar pela queda de Assad, diferentemente da Tunísia e do Egito, apesar da presença de alguns comandantes sunitas recentemente promovidos. A terra natal dos Assad, Kardaha, fica em plenas montanhas alawitas. Mas estes não constituem uma religião homogênea, são divididos em várias tribos e quatro ramos de sub-seitas que não se entendem entre si. Isto pode levar a uma luta interna que enfraqueça o exército e o poder de Assad. As diversas facções se uniram para apoiar Hafez Assad que os protegia dos levantes sunitas como os que ocorreram na década de 1970. Desde então a sorte de toda a comunidade está inseparavelmente ligada ao clã Assad. Porém podem ser confrontados agora com a necessidade de tomar outras decisões. Tudo depende da medida em que sejam respeitados e legitimados por outras forças[8].

Shari'a versus secularismo

Os especialistas árabes discutem há muito se alguns princípios democráticos poderiam ser introduzidos num sistema islâmico baseado na shari'a[9] e, se isto for viável, qual a melhor forma de fazê-lo. Muitos defendem que a introdução da lei islâmica com mais vigor, seria vital nas autocracias árabes, equivaleria ao nosso rule of law limitando a ação dos autocratas na medida em que tais regimes não seguem lei alguma, a não ser a prática ditatorial personalista.

Para os que pensam assim o chamado da Shari'a não seria um apelo ao sexismo, ao obscurantismo ou às punições selvagens. Outros como Abdullahi Ahmed An-Naim, professor de Direito na Emory University, consideram que o governo secular seria a melhor forma de usar o poder coercitivo da Shari'a como lei do Estado e não religiosa. As opiniões variam quanto a qual a melhor forma de balancear a lei islâmica com a lei secular. De maneira geral existem três formas principais usadas pelos países islâmicos: o duplo Sistema Legal, o Governo de Deus e os completamente seculares.

DUPLO SISTEMA LEGAL: A maioria segue um duplo sistema no qual o governo é secular, mas os muçulmanos podem escolher levar as disputas familiares e financeiras a tribunais baseados na Shari'a. O limite entre ambos é extremamente variável de país para país. O único que segue estritamente este princípio é o Qatar. Em outros países como Nigéria e Quênia as disputas quase sempre resolvidas pelos tribunais religiosos incluem casamento, divórcio, problemas de herança e guarda das crianças. Na Tanzânia existe uma variante: a decisão por qual Corte deve ser usada depende da tradição ancestral dos contendores. O Líbano e a Indonésia têm jurisdições mistas baseadas nos resíduos do sistema legal colonial suplementados pela shari'a.

O GOVERNO DE DEUS: Predominante em todos os países onde o Islam é a religião constitucional, a shari'a é considerada como a única fonte da Lei por ser a Lei que Emana de Deus através do Corão transmitido pelo Profeta Mohamed. Seguem este princípio a Arábia Saudita, Kuwait, Bahrain, Iemen e Emirados Árabes Unidos. No Paquistão, Egito, Irã e Iraque é proibido aprovar leis contrárias ao Islam. A interpretação mais estrita é seguida pela Arábia Saudita, onde existe uma polícia religiosa que pode revistar as mulheres, estas não podem dirigir carros, nem sair sem ser acompanhada por um homem - marido, irmão ou filho - e devem se mostrar completamente cobertas em público. Já nos Emirados as bebida alcoólicas são toleradas e existem jurisdições especiais para não muçulmanos.

TOTALMENTE SECULARES: Azerbaijão, Tadjiquistão, Chade, Somália e Senegal. A Turquia é um caso à parte. O secularismo foi imposto pela Revolução de 1923-4 comandada por Mustafá Kemal Atatürk com a abolição do Sultanato e do Califado, reconhecimento de direitos iguais de homens e mulheres, reforma das vestimentas tradicionais, abolição de títulos e do dízimo, adoção do calendário internacional. Mas principalmente a abolição da lei canônica, a instituição de um código civil e unificação da educação para todos. Estas mudanças são garantidas pelos militares que têm a missão constitucional de impedir que a lei islâmica substitua a civil e o estabelecimento de uma teocracia. Na atualidade o Partido do Desenvolvimento e Justiça Islâmico do Primeiro-Ministro Recep Tayyip Erdogan ameaça a adoção de leis islâmicas. No entanto, segundo conhecedores profundos do país, mesmo ocorrendo a diminuição do poder dos militares, dificilmente haverá um retorno ao passado, pois diferentemente de outros países, não somente os mecanismos democráticos, mas também os direitos individuais e o Rule of Law ocidental já estão entranhados na mentalidade dos turcos. [10]

Conclusões:

Conforme as informações aqui esboçadas e a opinião de especialistas no assunto, podemos concluir que:

1- O Islam é incompatível com qualquer noção de liberdade individual e, portanto é improvável, senão impossível, o estabelecimento de um regime semelhante às democracias ocidentais

2- Os que exultam com o surgimento de tal regime como resultado das revoltas em andamento se baseiam muito mais em wishful thinking do que numa avaliação acurada das condições reais.

3- Pode-se esperar em alguns países, como a Tunísia, um regime baseado em eleições gerais que simulem uma democracia.

4- Mesmo nestes países a possibilidade de que eleições levem a um regime autoritário, como ocorreu no Egito com a queda da monarquia em 1956, ou o estabelecimento de partidos únicos controlados pelo clero, ou teocracias como o Irã.

5- Embora possa haver o estabelecimento de uma constituição que preveja eleições periódicas e multipartidarismo, é extremamente dubitável que isto ocorra na prática. De maneira geral os observadores ocidentais da mainstream media se conformam com documentos pomposos que jamais serão seguidos.



Notas:

[1] Este texto reúne as Partes IV das séries Subsídios para entender o Islam e Ignorâncias, Mentiras e Idiotices em Relação aos Distúrbios do Oriente Médio publicadas em meu site www.heitordepaola.com e no Mídia Sem Máscara www.midiasemmascara.com.br

[2] Ver mais detalhes em http://www.islam-watch.org/Warner/Taqiyya-Islamic-Principle-Lying-for-Allah.htm

[3] Ver outras referências e comentários em http://www.al-islam.org/encyclopedia/chapter6b/1.html

[4] Embora não esteja no escopo deste artigo, é este estratagema mentiroso que permitiu que um muçulmano nascido no Quênia fosse eleito Presidente dos Estados Unidos e continue mentindo com a maior cara de pau, porém mantendo inabalável a crença em seu coração! Voltarei a este tema em breve.

[5] Uma boa cobertura cronológica, país a país, pode ser consultada no Washington Post Foreign Policy neste link http://www.washingtonpost.com/wp-srv/special/world/middle-east-protests/

[6] Mais sobre al-Hasadi em http://pajamasmedia.com/blog/rebel-commander-in-libya-fought-against-u-s-in-afghanistan/, http://www.weeklystandard.com/blogs/unknown-libya_555447.html, http://www.ilsole24ore.biz/art/notizie/2011-03-21/reportage-ribelli-islamici-tolleranti-231527.shtml?uuid=Aa6nhTID

[7] Após a publicação deste artigo, na última semana de julho, ocorreu o assassinato de um dos líderes revolucionários, General Abdel Younes, comandante do exército da oposição líbia. Segundo o ministro do Petróleo do Conselho Nacional de Transição (CNT), Ali Tarhouni, Younes foi morto por seus próprios comandados, tendo aberto uma cisão dentro do CNT e abalado a confiança dos revoltosos em seus aliados.

[8] Para mais detalhes ver http://www.huffingtonpost.com/dr-josef-olmert/bashar-assad-the-alawite-_b_853355.html

[9] Para Shari'a ver ainda http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=1937, http://www.jihadwatch.org/2011/03/the-sharia-catechism.html

[10] Na última semana de julho os Comandantes das Forças Armadas turcas renunciaram em bloco, evidenciando o profundo descontentamento com o governo de Erdogan, confirmando o que escrevi.




Publicado no Digesto Econômico da Associação Comercial de São Paulo.

O que a imprensa não divulgou.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Israel detém células terroristas do Hamas horas antes de atentado




Um trabalho conjunto que uniu forças do
Shabak, do Exército de Defesa de Israel e
da polícia.

O Serviço Secreto Interno de Israel (Shabak) desbaratou um atentado suicida no mês passado em Jerusalém, segundo o que foi dado a conhecer no dia de hoje. O cinto carregado de explosivos foi apreendido 24 horas antes do ataque planejado. O artifício já havia ingressado na capital, mais precisamente no bairro de Ras el Amud.


A extensa operação antiterrorista foi um trabalho conjunto que uniu forças do Shabak, do Exército de Defesa de Israel e da polícia contra a infraestrutura militar do Hamas na Cisjordânia e em Jerusalém. Na operação, foram dezenas de membros do Hamas, que atuavam em 13 células separadas, foram detidos.

A célula principal, encarregada pelos ataques, tinha sua base em Hebrom e estava em contato com o quartel general do Hamas em Damasco (capital da Síria). Essa célula havia determinado a data do atentado para o dia 21 de agosto. O Hamas havia planejado usar um extintor de incêndio carregado com seis quilos de explosivos. O dispositivo deveria ser ativado num ônibus ou num centro comercial do bairro Pisgat Zeev (em Jerusalém) por um terrorista suicida. O terrorista em questão foi identificado como Said Qawasmeh, de 20 anos, residente de Hebrom.


Esta mesma célula foi responsável pelo atentado de 23 de março em frente ao Centro Internacional de Convenções (Binianei Haumá), próximo à parada de ônibus de Jerusalém, onde foi assassinada a turista britânica Mary Jean Gardner e outras 47 pessoas ficaram feridas.


O serviço secreto destacou os esforços expressivos que o Hamas tem dispensado para restaurar a infraestrutura de sua ala militar e executar ataques contra objetivos israelenses. O Shabak ressalta que a principal meta da organização fundamentalista islâmica é o sequestro de um soldado para negociá-lo pela liberdade de presos palestinos.


Outra célula terrorista, que incluía cerca de 20 militantes, descoberta pelo Shabak, operava a partir do presídio de Ketziot. O grupo recrutava prisioneiros palestinos que seriam libertos com o objetivo de tratar o sequestro de um soldado israelense.


Uma das células desbaratadas operava a partir de Hebrom, sob as ordens da direção do Hamas em Gaza. O objetivo da célula era, também, o sequestro de um militar, sua transferência ao Sinai e, dali mesmo, por meio de túneis, transferi-lo para a Faixa de Gaza. O líder da célula, Ahmad Madhoun, de 44 anos, de Hebrom, recebeu 10 mil dólares durante a sua visita à Arábia Saudita, para a compra de armas a serem utilizadas na operação.


Fonte: Aurora
Tradução: Jônatha Bittencourt - Editor de www.cessarfogo.com / De Olho na Jihad

terça-feira, 28 de junho de 2011

Flotilha por Shalit

Hamas rejeita pedido da Cruz Vermelha sobre provas de vida do soldado Gilad Shalit.



No último dia 23 de junho, o grupo terrorista Hamas rejeitou um pedido da Cruz Vermelha Internacional para que provasse que o soldado israelense, Gilad Shalit,ainda está vivo. O porta-voz do grupo terrorista, Salah Bardawi, acusou Israel de ter solicitado a Cruz Vermelha a informação, para que pudessem descobrir o paradeiro do soldado e assim realizarem uma operação de resgate. Bardawi disse que a única forma de Israel receber informações sobre Gilad Shalit é libertando prisioneiros palestinos. A Cruz Vermelha expressou preocupação com a prisão de Shalit e disse que segundo as leis internacionais a família deve ser autorizada a manter contato com o preso. É claro que isso não ocorre, já que Shalit não é um preso político, e sim um refém de um grupo terrorista.


Neste sábado 25.06.2011 se completam 1.825 dias em que o jovem soldado israelense foi capturado durante um ataque terrorista dentro do território de Israel, junto a Faixa de Gaza. Gilad Shalit que estava apenas no primeiro ano de seu serviço militar naquela fronteira.


Gilad Shalit foi o único sobrevivente de um ataque terroristas que ocorreu na manhã de 25 de Junho de 2006. Uma quadrilha de terroristas do Hamas conseguiu atravessar a fronteira através de um túnel que haviam escavado junto a Kerem Shalom, uma comunidade agrícola israelense na região.
Durante o ataque os terroristas atacaram um tanque com um míssil, o que levou a morte do oficial do tanque Hanan Barak e outro soldado da equipe Pavel Saluketzer, e mais quatro soldados que estavam no posto ao lado do tanque ficaram gravemente feridos durante o incidente.


Gilad Shalit que estava no tanque durante o incidente provavelmente foi gravemente ferido durante o incidente e arrastado para o território do Hamas, onde permanece em cativeiro por estes cinco anos.


Segundo um porta-voz dos grupos terroristas, o incidente foi programado e treinado por mais de dois meses antes do ataque.


As condições de cativeiro do soldado são completamente desconhecidas, os grupos terroristas dizem que ele está sendo bem tratado conforme as leis islâmicas, porém as mesmas leis são conhecidas como cruéis e desumanas na maioria dos casos, o que leva a morte dos cativos, como no caso do jornalista Daniel Pearl, o jornalista americano que foi decapitado em Karachi no Paquistão, pelas mãos do Al Qaida.


Devido a falta de comunicação, a incerteza da saúde ou mesmo da vida de Gilad Shalit é grande, visto que o grupo terrorista Hamas ignora todas as tentativas de visita da Cruz Vermelha ou de qualquer outra representação diplomática.


O governo de Israel recebeu em 20 de Setembro de 2006 uma primeira carta escrita pelo soldado desde o cativeiro, outra carta chegou as mão do governo em 4 de Fevereiro de 2008 chegou outra carta nas mão do Governo de Israel e em 9 de Junho de 2008 uma carta chegou nas mãos da organização de Jimmy Carter, ex-presidente americano.


Dia 25 de Junho de 2007 a Hamas publicou uma fita de vídeo em que o soldado aparecia segurando um jornal em árabe e lendo uma carta para os seus parentes que havia sido ditada pelos seus opressores, nota-se nas palavras a gramatica árabe, demonstrando que eles não tinham bom conhecimento de Hebraico, utilizando a gramatica típica árabe, sua palavras foram assim selecionadas e os ruídos do fundo foram apagados afim de evitar a identificação do local de cativeiro do soldado.


Os pais de Gilad Shalit, Noam e Aviva Shalit deixaram desde então o conforto de seus lares vindo a residir junto a sede do Governo de Israel, em uma tenda, com o objetivo de dar suporte ao seu filho e aumentar a pressão sobre o governo para agir em prol de sua libertação. Desde então, os familiares e muitos outros que aderiram a causa de Shalit tem realizado passeatas, protestos, campanhas e diversas outras atividades para que o país e o governo não esqueçam Gilad Shalit no cativeiro, mas continuem fazendo o máximo afim de libertá-lo.


O preço de um israelense


O preço que o Hamas está exigindo para libertar o soldado é um preço muito caro para a sociedade israelense pagar. A exigência da libertação de 1000 terroristas parece ser absurda para a comunidade de Israel. Visto que segundo especialistas, a última operação de libertação de Tenembaum teria levado a morte de mais de 1500 civis desde então.


Quando um governo como o de Israel cede diante de pressões como esta, a mensagem passada aos grupos terroristas é de que vale apena sequestrar, pois a sociedade israelense seria fraca emocionalmente, este é o motivo pelo qual o Primeiro Ministro de então, Ehud Olmert, havia se recusado a ceder as condições impostas pelo grupo, e da mesma forma, o atual Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu continua a se recusar, e não cede as pressões sejam dos grupos terroristas ou seja da sociedade israelense.


Gilad Shalit têm sido objeto da solidariedade mundial, enquanto os prisioneiros palestinos gozam de boas condições nas prisões de segurança em Israel, têm direito a visitas, presentes, boa alimentação, comunicação com parentes e até mesmo ligações telefônicas, ele não têm direito a nada.


Até hoje, todas as tentativas da Cruz Vermelha Internacional e de Diplomacia Internacional falharam em uma tentativa de até mesmo receber sinal de vida de Gilad por parte do grupa Hamas, que ainda se recusa a permitir visitas, telefonemas ou mesmo visita de um médico afim de determinar o estado de saúde do soldado que está em isolamento completo por mais de cinco anos.


Dia 23 de Junho de 2011 a Cruz Vermelha Internacional exigiu do Hamas um sinal de vida do soldado, o que foi recusado e muitos ativistas do Hamas saíram para protestar contra a organização internacional. No mesmo dia, o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu declarou em cadeia nacional e internacional de que o governo de Israel estará diminuindo as muitas vantagens que os prisioneiro palestinos gozam em prisão Israelense. Benjamin Netanyahu declarou que não mais poderão estudar ou se formar em prisão, as visitas serão limitadas, os tempos de passeios nos pátios serão limitados e os meios de comunicação serão cortados. "Não é possível que enquanto Gilad não tem direito a nada, aqui se formam e estudam futuros líderes terroristas".


Blog De Olho na Jihad com informações do The New York Times, do Bicom, e complemento do Café com Torah

COMENTO:
Porque não se programa uma flotilha por Shalit?
Onde estão as organizações dos direitos humanos?
Onde está a mídia?

domingo, 19 de junho de 2011

Drogas são sempre drogas

Sete mitos e mentiras sobre a legalização das drogas

Eduardo Paiva | 17 Junho 2011



Se todos os crimes fossem legalizados, no dia seguinte a criminalidade formal estaria extinta, mas os efeitos maléficos do crime na sociedade não só continuariam a existir, como, muito provavelmente, subiriam a níveis estratosféricos.

1- A legalização das drogas acabará com o comércio ilegal de drogas.

É estúpido achar que um "comerciante" que já é competitivo em um mercado sem regras não o seria em um mercado regulado. Com o mercado legalizado e regulado, muito provavelmente o comercio legal teria vários limites e padrões impostos por órgãos da burocracia governamental, e a "droga legal" seria muito mais cara do que a ilegal, da mesma forma como o tênis vendido em loja é muito mais caro do que o pirata vendido em camelô.
Além do mais, por que um viciado em maconha que quer comprar 100 gramas de fumo não compraria 10 gramas na farmácia e os outros 90 na boca de fumo ilegal?
Por que um viciado em cocaína que quer comprar cinco gramas de pó não iria comprar dois gramas na farmácia e o resto na "boca"?

Por que um viciado sem dinheiro para pagar a dose vendida legalmente não iria na "boca" comprar a droga mais barata, sem impostos e mesmo fora dos padrões de qualidade?

Na prática, um traficante que hoje está 100% ilegal no seu negócio, se ele for esperto, vai montar outro negócio 100% legal e vai continuar mantendo o seu atual que não depende de autorizações legais e nem de coisa nenhuma além da demanda. Por que faturar em uma ponta se pode faturar em duas e ainda usar os benefícios e facilidades dos novos fornecedores legais para melhorar a minha logística, diminuir o risco, e etc.?

2 - A legalização das drogas vai acabar com a receita financeira dos traficantes.

Ora, se o comércio legal de medicamentos, roupas, CDs, cigarros, programas de computadores e etc., não acabou com a receita financeira dos contrabandistas e do mercado negro, porque alguém pode achar que a legalização das drogas vai acabar com a receita financeira do trafico?

Mais uma vez não existe nenhuma lógica que sustente a afirmação.

3 - A legalização das drogas vai diminuir a criminalidade.

Certamente o numero de prisões por uso cairão, mas, e as ocorrências motivadas por perturbação mental dos viciados: brigas, confusões e etc.?

E as ocorrências motivadas pela miséria provocada pelo vício que torna muitas pessoas inúteis para o trabalho e para a vida econômica?

Ora, na prática, se todos os crimes fossem legalizados, no dia seguinte a criminalidade formal estaria extinta, mas os efeitos maléficos do crime na sociedade não só continuariam a existir, como, muito provavelmente, subiriam a níveis estratosféricos e a sociedade civilizada seria catapultada para a selvageria em poucos dias. Qual imbecil seria capaz de defender esse tipo de coisa?

4 - A legalização das drogas vai melhorar a qualidade do "produto".

Bem, sem dúvida, em alguma medida isso vai acontecer, primeiro porque teremos uma produção em maior escala, formalizada, e regras tanto para essa nova produção como para a nova comercialização. É certo que haverá uma melhora na qualidade, tanto no comércio legal, como no paralelo, e este último certamente encontrará uma forma de se alimentar de novos fornecedores. Só que "qualidade" e preço, de modo geral, sempre andam de mãos dadas, como, aliás, já é hoje no comércio ilegal, no qual os traficantes de primeira linha atendem os endinheirados do "jet set" vendendo "produtos" melhores do que as "bocas" de favela que buscam atender a pessoas de menor poder aquisitivo.

5 - A legalização das drogas não irá aumentar o numero de viciados.

Em que pese os números de outros países onde a legalização foi experimentada desmentirem essa afirmação, ainda existe o lado lógico da coisa.

De acordo com a FEBRAFAR, no Brasil existem 3,34 farmácias para cada 10 mil habitantes, e isso significa que numa cidade como o Rio de Janeiro existem cerca de 2100 farmácias. Supondo que as drogas legais só possam ser comercializadas em farmácias, o novo número de pontos de venda das drogas hoje ilegais seria os das "bocas" já existentes somado a 2100. Qualquer comerciante sabe que quanto mais pontos de venda, maior é a chance de se vender mais, da mesma forma que se você estiver preso numa floresta onde vivem 50 leões você terá mais chance de viver do que se a mesma tiver 300 feras.

6 - A legalização vai cobrar impostos que serão aplicados na sociedade, saúde e educação.

É um fato que a parcela de impostos que são revertidos ao beneficio da sociedade está longe de ser igual ao que é arrecadado, e a prova disso disto está na qualidade das escolas públicas, do atendimento dos hospitais, do judiciário e em qualquer outro serviço público existente no Brasil e em qualquer outro país. No caso específico, supondo que a resultante da soma entre receita de impostos com drogas menos o aumento de custos de controle do comércio, mais o aumento de custos com segurança, mais o aumento de custos com saúde publica seja um número positivo, a maior parte dele vai ficar mesmo é na maquina publica, como já fica a maior parte dos impostos que pagamos hoje. Os grandes beneficiados com isso serão, como sempre, os políticos e aqueles que se locupletam da maquina estatal, não a sociedade.

7 - A legalização das drogas vai acabar ou reduzir o armamento dos bandidos.

Bandidos se armam para defender seu território e sua riqueza de outros bandidos e da polícia, e ao mesmo tempo, para praticar ações criminosas contra os menos armados ou desarmados (roubos, sequestros, venda de segurança, etc). A quantidade de armas em poder dos criminosos cresce ou diminui em função da quantidade de criminosos existentes, e não em função da legalização de crimes ou da proibição de comércio ou posse de armas. Caso contrário, seria lógico imaginar que em um cenário onde todos os crimes fossem legalizados não existiriam armas, coisa que é na verdade um absurdo.

sábado, 4 de junho de 2011

Rapidinhas

1- O livro de matemática do MEC diz que 10 - 7= 4??????
Não adianta, sem ensino de qualidade o país não vai para frente.

2- Alguém sabe a importancia do estreito de Ormuz e a influencia do Irã nas revoltas do Bahrein e Yemen?

3- Alguém sabe dizer como está o conflito na Líbia?

4- Quantos civis já morreram na Síria?

5- Aceitaram a explicação de Palocci?Será que houve explicação?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Dois pesos duas medidas

Na Síria já morreram mais de 1100 civis , quase o mesmo numero do conflito entre Israel e Palestinos na faixa e Gaza.
Ninguém na mídia se refere a tal fato como genocídio e crime contra a humanidade.
E agora?

Um pouco de história

Quais foram, ao longo de todo o processo, a tese, a postura, os atos e medidas dos árabes e dos palestinos em relação a Israel? Quais seus objetivos e estratégias?

Os árabes como um todo (durante a maior parte de duração do conflito, os palestinos têm sido uma minoria sem muita expressão na política árabe) foram resgatando seus vários Estados nacionais das potências colonialistas que dominavam o Oriente Médio e o Norte da África. No início desse processo, alguns poucos líderes árabes chegaram a admitir a convivência com a realização nacional judaica em Eretz Israel (o Emir Feisal entendeu-se sobre isso, por escrito, com o então presidente da Organização Sionista, Chaim Weizmann).


Mas a condição para essa convivência era a aceitação, por parte das principais potências coloniais, Inglaterra e França, das reivindicações árabes. Alegando não terem sido atendidas suas exigências por essas potências, os árabes que ainda mantinham algum diálogo com os judeus abandonaram sua postura conciliatória para com o ideal nacional judaico.


A partir de então, a oposição consolidou-se em rejeição, depois ódio, depois ataques e pogroms, e na recusa programática de qualquer conciliação do nacionalismo árabe com o judaico na Palestina. Todo o conflito árabe-judaico no Oriente Médio nunca teve como causa a recusa judaica de aceitar um Estado árabe palestino. Isso foi aceito pelos judeus (1) em 1922, quando a Inglaterra entregou toda a Transjordânia à família haxemita de Abdallah, bisavô do atual rei da Jordânia; (2) em 1937, quando a Comissão Peel propôs a partilha entre árabes e judeus do que restara da Palestina (a oeste do Jordão) após a cessão de sua parte maior a Abdallah; (3) em 1947, quando a ONU decidiu pela partilha; (4) nas propostas aventadas por Rabin e Peres no processo de Oslo, a partir de 1993; e (5) em 2000, quando o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, aceitou todas as condições que poderiam levar ao estabelecimento do Estado palestino em Gaza e na Judéia e Samaria. O conflito existe porque os árabes em geral, e os árabes palestinos em particular, não se satisfaziam com a instalação de um Estado Árabe-Palestino, mas tinham como objetivo a eliminação do Estado judeu.



Nas negociações de Camp David, no ano 2000, o então primeiro-ministro Ehud Barak ofereceu aos palestinos até mesmo um regime especial para Jerusalém, que lhes permitiria estabelecer ali sua capital.




Por isso, os exércitos de cinco países árabes invadiram o recém-proclamado Estado de Israel em 1948. Por isso, a partir do armistício, os árabes seguiram uma política de antagonismo, boicote e sabotagem a Israel. Por isso, criaram-se organizações terroristas para "libertar" a Palestina, organizações que praticaram o terror durante dezenas de anos (atentados e assassinatos de civis, inclusive mulheres e crianças, seqüestros de aviões, carros-bomba, etc). Por isso, os árabes fundaram em 1964 uma Organização para a Libertação da Palestina (libertação da existência de um Estado judeu, pois as terras destinadas ao Estado árabe estavam em mãos árabes: a Jordânia anexara a Cisjordânia e o Egito a Faixa de Gaza). Por isso, os árabes não criaram nenhum Estado palestino nas terras que permaneceram árabes, mantendo os refugiados em penúria e educando-os no ódio a Israel, como forma de pressão, enquanto os israelenses absorviam, como cidadãos plenos, os refugiados judeus expulsos de terras árabes, tão numerosos quanto aqueles (cerca de 700.000).


Toda essa postura teve expressão oficial na Carta Palestina de 1964, antes, portanto, da ocupação da Cisjordânia e de Gaza por Israel na Guerra de 1967. Nela se declarava oficialmente que o objetivo estratégico era a liquidação de Israel e a expulsão ou o aniquilamento de todo judeu que lá tivesse chegado depois de 1917. Assim, a esperança de um futuro pacífico para o Oriente Médio sempre girou em torno da perspectiva dos árabes, e especificamente dos palestinos, mudarem sua postura e aceitarem a convivência de dois nacionalismos na região. (© Museu Judaico/RJ, http://www.museujudaico.org.br - http://www.beth-shalom.com.br)

sábado, 21 de maio de 2011

Corrupção endemica

Blog
Reinaldo Azevedo

21/05/2011
às 17:39
Copa do Mundo: no atual ritmo, país estará pronto em 2038! Incompetência, megalomania, roubalheira…


O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014? É certo que sim! A possibilidade de a Fifa perder a paciência e escolher outro país é remotíssima. Seria um vexame espetacular. Logo, ninguém deve apostar nisso. Mas o Brasil será sede da Copa sob quais condições? Eis o problema. A VEJA desta semana fez uma radiografia das obras nos 12 estádios que devem sediar o mundial. O quadro é desolador. Apenas um — o Castelão, do Ceará — avança num ritmo que pode ser considerado adequado. O Maracanã, um símbolo do futebol brasileiro, escolhido para receber a partida final do torneio, tudo o mais constante, ficará pronto em… 2038!

Perguntará o leitor: “Se você diz que a Copa acontecerá, então qual é o problema? Há atraso agora, mas, depois, as coisas entram num ritmo adequado”. Não é bem assim, e o próprio Brasil sabe disso. O Rio foi sede dos jogos Pan-Americanos de 2007. As obras de infra-estrutura para receber a competição estavam orçadas em R$ 400 milhões. De atraso em atraso, de incompetência em incompetência, de sem-vergonhice em sem-vergonhice, ficou tudo para a última hora. Resultado: o Pan custou 10 vezes mais — R$ 4 bilhões —, e um monte de larápios encheu os bolsos com o dinheiro público.

Este é o principal problema: incompetência, incúria e malandragem elevam dramaticamente os custos. O Brasil já fez uma coisa estúpida: em vez de distribuir as partidas por nove estádios, a exemplo da África do Sul, decidiu, em razão do populismo lulo-petista, espalhá-las por 12, elevando brutalmente a conta. Abaixo, publico um quadro, elaborado com base nos dados exaustivamente levantados pela equipe de reportagem da VEJA, que traz o nome do estádio, o orçamento previsto, quanto se gastou até agora e quando o estádio ficaria pronto se o ritmo das obras fosse mantido. Acompanhem. Volto depois:

A SITUAÇÃO DOS 12 ESTÁDIOS DA COPA HOJE

Estádio Orçamento Gasto hoje Fica pronto em…
Corinthians (SP) R$ 1 bilhão Zero Nunca
A. das Dunas (RN) R$ 400 milhões Zero Nunca
A. da Baixada (PR) R$ 220 milhões Zero Nunca
Maracanã (RJ) R$ 957 milhões R$ 26 milhões 2038
Arena Pernambuco R$ 532 milhões R$ 60 milhões 2025
Arena Amazônia R$ 499,5 milhões R$ 30 milhões 2024
Mineirão (MG) R$ 666 milhões R$ 86,6 milhões 2020
Nacional (DF) R$ 670 milhões R$ 45 milhões 2021
Arena (MT) R$ 355 milhões R$ 48 milhões 2017
Beira Rio (RS) R$ 290 milhões R$ 30 milhões 2017
Fonte Nova (GO) R$ 591 milhões R$ 99,9 milhões 2015
Castelão (CE) R$ 519 milhões R$ 80 milhões 2013


O ano de conclusão da obra não se define apenas pelo montante investido. Chegou-se a ele avaliando também a qualidade do gasto. Leiam a reportagem. A coisa é bem pior do que parece. Seguem alguns descalabros:
1- O projeto de reforma do Estádio Nacional, do DF, não previa a instalação de bobagens como gramado, iluminação, cadeiras e telão… Pense bem, leitor: por que um estádio deveria ter um… gramado?;
2 - só depois de demolirem boa parte das arquibancadas do Maracanã é que descobriram que toda a estrutura de concreto que a recobre está comprometida por infiltrações;
3 - de descoberta nova em descoberta nova, o estádio do Corinthians já alcançou a fábula de R$ 1 bilhão (só não se sabe quem vai pagar): uma hora aparece um duto da Petrobrás aqui; outra hora, um córrego para canalizar ali…;
4 - dos R$ 27,5 bilhões previstos de investimentos para todas as obras da Copa do Mundo, só foram gastos, até agora, R$ 590 milhões;
5 - Se a situação é dramática nos estádios, não é melhor, como se sabe, nos aeroportos: dos 13 listados nos projetos da Copa, as obras só começaram em seis;
6 - o Brasil prometeu realizar 50 obras de mobilidade urbana para facilitar o trânsito e acesso aos estádios; até agora, só quatro tiveram início.

Leia a reportagem. Há outros detalhes escandalosos. Volto ao começo: o Brasil vai fazer a Copa de 2014? Vai, sim! Ocorre que toda essa incúria elevará escandalosamente os custos. Já hoje está em curso um esforço para que o TCU pegue leve com a roubalheira, em nome da honra da pátria. Um exemplo: o Arena Amazônia ainda está na fase de terraplenagem, como se vê acima. O tribunal analisou contratos de R$ 200 milhões; só nessa fatia, detectou sobrepreço de R$ 71 milhões. Esse estádio, aliás, é exemplo da loucura que tomou conta dessa gente. Pronto, ele pode abrigar 44.500 pessoas. Bom para a Copa? Pode ser. Depois, será destinado ao campeonato local. A média de público do torneio amazonense é inferior a mil pagantes. Neste ano, o confronto que atraiu mais gente se deu entre Nacional e Penarol: 2.869 testemunhas. Adivinhem quem pagará a conta agora e depois…

É o lulo-petismo rumo a 2014: falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custo pode subir um tanto, mas, dizem, esse “resolve”!

Por Reinaldo Azevedo

domingo, 8 de maio de 2011

Futuro do Egito

08/05/2011 06h26 - Atualizado em 08/05/2011 08h49

Confrontos entre muçulmanos e coptas no Egito deixam dez mortos
Conflitos ocorreram no subúrbio da cidade do Cairo.
Polícia contabiliza ainda 144 feridos.

Do G1, com agências internacionais


Dez pessoas morreram e 144 ficaram feridas - várias delas em estado grave - em um confronto armado registrado na noite deste sábado (7) entre cristãos coptas e muçulmanos no bairro de Imbaba, subúrbio do Cairo, capital do Egito, informou a polícia local.

O incidente aconteceu quando grupos muçulmanos atacaram a igreja de Mar Mina, por acreditarem que os cristãos mantinham presa ali uma mulher que tinha se convertido ao Islã para se casar com um jovem dessa fé.

Segundo a agência estatal “Mena”, médicos disseram que o número de mortos subiu depois que três pessoas em estado grave morreram após serem levadas a hospitais.

Em entrevista à televisão, o governador da província de Giza, que inclui setores da Grande Cairo e onde está localizdo o bairro de Imbaba, Ali Abdel Rahman, disse que o Exército e a polícia tinham conseguido acalmar a egião dos confrontos.

Os muçulmanos agressores pertencem à corrente dos salafistas, uma das mais rigorosas do Islã e que a cada dia está ganhando mais terreno no Egito.

Os cristãos egípcios, majoritariamente coptas, representam cerca de 10% da população do país.

Periodicamente há incidentes armados entre cristãos e muçulmanos no Egito por razões religiosas, especialmente no sul do país.

Corte militar
O Exército do Egito, que interinamente governa o país após a queda do ditador Hosni Mubarak, disse que 190 pessoas iriam ser julgadas por um tribunal militar após os confrontos

COMENTO;
Quem acha que o futuro do Egito será uma democracia pode estar profundamente enganado.
Apesar de muitos jovens participarem das manifestações pesquisas indicam que a maioria é contra os acordos de paz com Israel e a influencia de radicais islamicos tem cescido muito neeste país.
É tática de usar a democracia para alcançar o poder e depoi tranformar o país numa Repúlica Islãmica.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

E agora?

http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/04/forcas-de-seguranca-matam-24-civis-em-protestos-na-siria-diz-organizacao.html

29/04/2011 14h10 - Atualizado em 29/04/2011 14h15


As forças de segurança da Síria mataram pelo menos 24 civis, inclusive duas crianças, na repressão a atos pró-democracia em vários países nesta sexta-feira (29), segundo a organização local pró-direitos humanos Sawasiah.

As mortes ocorreram nas cidades de Derra, Homs e Latakia e em Qadam, próximo à capital, Damasco.

COMENTO:
Não vejo a mídia relatar uma das frases tão conhecidas dela:
- Uso desproporcional de força.

domingo, 24 de abril de 2011

Pascoa e o destino dos Cristãos

Páscoa: O ORIENTE MÉDIO SEM CRISTÃOS

Os cristãos devem compreender o destino de Israel interligados com o destino dos não-muçulmanos na região


Este é a mais triste Páscoa dos tempos épicos do Cristianismo árabe. A cruz está em quase extinção nas terras de origem. O multiculturalismo tão apregoado do Oriente Médio vai sendo reduzido à monotonia plana de uma única religião, o Islã, e um punhado de idiomas. Em 1919, a revolução do Egito adotou uma bandeira verde com o crescente e a cruz. Tanto muçulmanos e cristãos participaram da revolução nacionalista contra o colonialismo britânico. Agora, segundo a Federação Egípcia de Direitos Humanos, mais de 70 cristãos por semana estão pedindo para deixar o país devido às ameaças islamistas.


Os números são reveladores. Hoje existe apenas um país do Oriente Médio, onde o número de cristãos cresceu: Israel. Conforme documentado na Central Bureau of Statistics de Israel, a comunidade cristã que registrava 34.000 pessoas em 1949 é agora 163.000, e chegará a 187 mil em 2020.


No resto do Oriente Médio, a busca unidade da pureza islâmica vai banir todos os traços de um passado pré-islâmico. Isso afetou não só os cristãos, mas outras comunidades não islâmicas também, como os zoroastristas e os Baha'is no Irã (o refúgio final encontrada também em Israel, em Haifa.)

O silêncio dos fóruns mundiais, a consciência imperfeita dos grupos de direitos humanos, a submissa postura dos meios de comunicação e apaziguamento do Vaticano estão a facilitar essa campanha islâmica. De acordo com um relatório sobre liberdade religiosa, elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA, o número de cristãos na Turquia caiu de dois milhões para 85.000; no Líbano, eles passaram de 55% a 35% da população, na Síria, da metade da população eles foram reduzidos para 4%; na Jordânia, de 18% para 2%. No Iraque, eles estão prestes a desaparecerem por completo.


Se o êxodo dos cristãos de Belém continuar nas próximas duas ou três décadas, não haverá nenhum religioso para realizar serviços religiosos do nascimento de Jesus. No Irã, os cristãos tornaram-se praticamente inexistente desde 1979, quando Khomeini ordenou o encerramento imediato de todas as escolas cristãs. Em Gaza, os 3.000 que ficaram estão sujeitos à perseguição. No Sudão, os cristãos do Sul foram forçados à escravidão.


No Líbano, os maronitas cristãos os únicos a detinham algum poder politico no mundo árabe moderno foram reduzidos a uma minoria por causa da violência muçulmana com o aumento do Hezbollah. Na Arábia Saudita, os cristãos têm sido espancados ou torturados pela polícia religiosa. Benjamin Sleiman, arcebispo de Bagdá, já fala sobre "a extinção do cristianismo no Oriente Médio ".


O Egito cristão foi simbolicamente representado pelo ex-Secretário-Geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, um cristão casado com uma mulher judia cuja irmã era a esposa do ministro das Relações Exteriores israelense Abba Eban. Em 1977, Boutros-Ghali, então ministro das Relações Exteriores do Egito, acompanhou a visita do presidente Anwar Sadat a Jerusalém.


Sadat, que quando criança tinha frequentado uma escola cristã, foi morto, entre outras razões, por ter assinado o tratado de paz com os "sionistas", e sua “paz fria” com Israel agora está sob ataque dos novos governantes no Cairo.

Em 1948, o Oriente Médio foi “purificado” da presença de judeus. Hoje é a vez dos cristãos. Assim como totalitários islâmicos têm implacavelmente perseguido os cristãos no Oriente Médio, eles fazem guerra nos os últimos 63 anos para destruir o Estado judeu no meio deles. É por isso que o destino de Israel é entrelaçado com o destino das minorias não-muçulmanas.


Se os islamistas prevalecerem, Oriente Médio será totalmente verde, a cor do Islã. Sob ameaças atômica e existenciais, o remanescente do povo judeu se arrisca a ser liquidado antes do centenário de Israel em 2048. É hora dos cristãos reconhecerem que a sobrevivência de Israel é também momento crítico e vital para eles. Durante o Holocausto, quando a maioria dos cristãos foram espectadores ou colaboradores, a estrela amarela era um símbolo de morte para os judeus. Hoje, a bandeira branca com a estrela de seis pontas é um belo símbolo da sobrevivência e de esperança para os judeus e cristãos.


Giulio Meotti jornalista italiano do jornal “Il Foglio”, autor do livro, New Shoah: The Untold Story of Israel's Victims of Terrorism

sábado, 23 de abril de 2011

Enquanto isso......

Cruz Vermelha: Não há crise humanitária em Gaza

Mathilde Redmatn, vice-chefe do CICV na Faixa de Gaza, disse essa semana que não há crise humanitária em Gaza.


"Não há crise humanitária em Gaza, se você vai ao supermercado há produtos, há restaurantes e uma linda praia". "O problema está principalmente no acesso de bens de infra-estrutura, como concreto por exemplo.


Falando sobre o bloqueio à Faixa de Gaza imposto por Israel, Redmatn disse que "Israel tem o legítimo direito de proteger a população civil, direito esse que deve ser equilibrado com as 1,5 milhões de pessoas que vive em Gaza". "Claro que também essa é uma obrigação do Hamas, por isso mantemos relações com ambos os lados".


Redmatn condenou o lançamentos de foguetes contra o sul de Israel, e pediu a flexibilização na entrada de produtos em Gaza.


"O lançamento de foguetes da Faixa de Gaza, feri a lei internacional, pois são ataques relaizados contra civis". "Temos um diálogo confidencial e bilateral com o Hamas sobre a questão. E com o passar do tempo o diálogo também evolui".


Ela ainda afirmou que a Cruz Vermelha continuará tentando ter acesso ao soldado Gilad Schalit que completará sei anos de cativeiro, mas ressalta que a organização "não pode forçar o hamas a nada".


Fonte: The Jerusalem Post

COMENTO:
Enquanto se chega a conclusão acima, na Síria e Líbia continuam morrendo civis e NINGUÉM fala de genocídio,crimes contra a humanidade,flotilhas de paz .......
O soldado israelense continua nas mãos do Hamas sem permissão para ser visitado pela cruz vermelha e as ONGs de direitos humanos nem mencionam o fato.
Essa é a visão parcial da mídia dominada pela ideologia esquerdista e dita progressista.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A idade Média não acabou.

Muçulmanos protestam contra líder cristão no Egito

Centenas de muçulmanos ortodoxos, vários deles membros da Irmandade Muçulmana, bloquearam neste domingo linhas de trens e rodovias para protestar contra a nomeação de um cristão copta como governador.


Os manifestantes marcharam pelo segundo dia consecutivo em frente ao escritório do governador, na cidade de Qena, sul do país, e colocaram barricadas nas vias, impedindo vários trens de sair de Qena e Luxor, um popular ponto turístico.


O conselho militar que governa o Egito nomeou na sexta-feira 20 novos governadores para substituir aqueles que serviram durante o regime de Hosni Mubarak, presidente derrubado em fevereiro após uma onda de protestos populares.


Os manifestantes exigem a nomeação de um muçulmano como governador em Qena. A minoria copta no Egito representa aproximadamente 10% da população do país e se queixa de discriminação, que segundo eles os deixa relegados a cidadãos de segunda classe.


Fonte: Estadão



Jihad contra Cristãos, Nigéria, África
domingo, 17 de abril de 2011
Malásia: Grupos muçulmanos declaram jihad contra cristãos 'extremistas'

KUALA LUMPUR, 15 de abril - Uma coalizão de grupos muçulmanos realizaram um protesto hoje e declararam derramamento de sangue contra cristãos 'extremistas' que insultam e ridicularizam a posição do Islão no país.
A Organização Muçulmana de defesa do Islão (Pembela), que reúne 20 grupos, protestou depois das orações de sexta-feira na Mesquita Nacional contra a liberação em Putrajaya de bíblias em língua malaia e a promessa do primeiro-ministro Datuk Seri Najib Razak de nunca confiscar a Alkitab novamente.

Um grupo de 30 homens vestidos com camisas brancas e takiyahs reuniram-se na entrada principal da mesquita depois das orações com cartazes dizendo "Alá é grande! Nós Ansarullah (ajudantes de Alá) estamos te monitorando!"

O porta-voz do Grupo, Dr Yusri Mohamad, disse que os cristãos estão começando a desafiar e destruir o status e soberania do islão como religião do Estado.

"A Pembela considerou que as declarações e ações (por grupos cristãos) são feitas para desafiar ainda mais a soberania do Islão. Isto não é aceitável para a Pembela porque implica que existe uma agenda maior a ser alcançada por este grupo para além das questões da Bíblia sozinhas".

"A Pembela acredita que, a despeito do problema da Bíblia, há uma missão escondida para abrir a comunidade muçulmana na Malásia à apostasia, ou, pelo menos, injetar o pluralismo religioso, o secularismo e o liberalismo extremo que podem minar a integridade e a identidade dos muçulmanos na Malásia", disse ele, enquanto discursava para uma multidão de mais de 50 de um alto-falante.

Yusri também pediu a grupos cristãos para parar a sua abordagem de confronto e de pedir desculpas aos muçulmanos por terem ferido a comunidade....

"Nós também não estamos confortáveis ​​com a abordagem de permitir que líderes não-muçulmanos se tornem porta-vozes do governo e da oposição nesta questão, porque isso envolve o Islão, e os muçulmanos devem dar um passo a frente para resolver este problema".

"Pedimos a todos os líderes muçulmanos que se unam contra os cristãos extremistas que desafiam e insultam o Islão", disse ele.

O secretário-geral da Ikatan Muslimin Malásia (ISMA), Aminuddin Yahaya, acrescentou que o país tem sido manchado por elementos estrangeiros.

"A Malásia era tanah melayu, tanah Islã. Mas quando os colonialistas britânicos chegaram à nossa terra, eles também trouxeram o cristianismo com eles.

"Estamos sendo retomados pelos colonizadores através de suas demandas mais uma vez. Precisamos nos unir e não comprometer com aqueles que insultam a nossa religião. Estamos dispostos a morrer pelo Islão e o nosso país!", disse ele....

Fonte: Favstocks / Mente Conservadora



Após eleições na Nigéria, igrejas são incendiadas e cristãos são atacados

Após a vitória de Goodluck Jonathan, extremistas islâmicos atacaram cristãos e até mesmo tentaram queimar uma mulher cristã viva:

Yahoo! / Via Mente Conservadora

(...)

Moradores relataram que uma casa pertencente ao vice-presidente Namadi Sambo estava entre aquelas incendiadas na cidade de Zaria e um bando tentou queimar uma mulher cristã viva em outra área.

Igrejas foram queimadas e uma prisão foi invadida, com um número de presos escapando, disseram moradores. Os bandidos vagavam em um número de estados, armados com paus e queimando fogueiras nas ruas.

(...)

Em Kano, na segunda-feira de manhã, os manifestantes pararam carros e pediram que os passageiros expressassem apoio a Buhari.

Uma multidão usou pranchas de madeira para bater em duas pessoas que pareciam ser cristãs, com base em suas roupas, disse um correspondente da AFP. Fogueiras foram queimadas nas ruas enquanto as escolas e as lojas fecharam, com fumaça sobre a cidade.

Os protestos também se espalharam para o centro da cidade nigeriana de Jos, atingida por anos de confrontos entre grupos étnicos cristãos e muçulmanos.

Na cidade de Potiskum, no estado de Yobe, um morador relatou que uma multidão tentou prender uma mulher cristã e queimá-la com um pneu, mas os moradores apagaram o fogo e a levaram para o hospital.


terça-feira, 19 de abril de 2011
Turquia: Cristãos desprezados

Quatro anos após o assassinato brutal de três cristãos em uma editora na cidade de Malatya, na Turquia, a vida dos cristãos tornou-se ainda mais complicada. Segundo um novo relatório da Associação Turca de cristãos protestantes, a minoria cristã na Turquia sofre discriminação, calúnia, ataques pessoais e contra igrejas em uma base diária.


Mudanças legais tornam possível para os não-muçulmanos ter um lugar específico para cultos na Turquia. Na prática, porém, os funcionários do governo fazem o possível para impossibilitar que as autorizações sejam concedidas.


Atividades missionárias ainda são consideradas uma ameaça nacional, mesmo que as leis turcas garantam aos cidadãos a liberdade de ensinar e propagar a sua fé.


Outra dificuldade está sendo encontrada por pais cristãos que não conseguem retirar seus filhos das aulas de ensino islâmico, mesmo sendo legalmente possível.


Após a indignação internacional pelos assassinatos ocorridos há quatro anos, os cristãos turcos esperavam que funcionários do governo tomassem um posicionamento forte contra a intolerância religiosa.


Necati Aydin, Ugur Yuksel e Tilmann Geske foram torturados e assassinados em abril de 2007. O julgamento de seus assassinos se arrasta com uma visível ajuda do governo turco.


Ameaças de violência contra cristãos continuam. Na semana passada, a mídia turca informou que a polícia deteve dois adolescentes, sob suspeita de conspirar para assassinar um líder cristão de uma igreja em Istambul, de acordo com a Compass Direct News.


Asia Bibi está com catapora e frágil, mas prossegue o jejum

Lahore (Agência Fides) – Asia Bibi, a cristã paquistanesa condenada à morte por blasfêmia e atualmente detida, contraiu nos últimos dias uma doença infecciosa que causa erupções em todo o corpo (provavelmente catapora), mas ainda não foi esclarecido como foi contagiada. Provavelmente, a causa é a sujeira de sua cela, de suas roupas e dos lençóis que usa. O problema é que a doença fragiliza ainda mais seu estado físico, já enfraquecido depois de meses de prisão em cela de isolamento. A “Masihi Foundation”, por meio da Agência Fides, lança um alarme: “Agora é ainda mais urgente a intervenção dos médicos. Estamos tentando, com as autoridades do cárcere, organizar uma consulta especialista com médicos de confiança”. Segundo seus advogados, a este ponto Ásia deve interromper o jejum quaresmal que está praticando, pois seu estado físico é já muito fraco. “Ela reza muito e jejua, oferecendo seu sofrimento a Deus. Deve fazê-lo por seu bem e por sua saúde” – explica à Fides Haroon Masih, Diretor da “Masihi Foundation” que se ocupa de sua assistência legal e material. Entretanto, multiplicam-se no mundo as comunidades que rezam por Asia Bibi e por sua libertação. Um convento de religiosas de clausura de Toledo (Espanha), as Concepcionistas Franciscanas (ordem fundada por Santa Beatriz de Silva), iniciou uma campanha de oração. Irmã Maria Immacolata, Abadessa do Mosteiro, escreve, em uma mensagem à Fides: “Estamos seguindo o caso de Asia e rezando por ela e por sua família, mas também por todos os que morreram para defendê-la. Estamos felizes que também o Santo Padre tenha se interessado por sua causa. Rezamos para que o Senhor conceda a Asia a graça de encontrá-lo. Rezamos com todo o nosso coração para que um dia possa re-abraçar sua família”.

sábado, 16 de abril de 2011

Nosso país

Enviado por Míriam Leitão e Alvaro Gribel - 16.4.2011| 13h16m
Coluna no GLOBO
A grande confusão
A infraestrutura brasileira está perto do colapso. Falta tudo, inclusive o básico, o simples. As operadoras de celular prestam serviço cada vez pior. Os aeroportos entupidos e o descaso das companhias irritam brasileiros e desorientam os estrangeiros. O trânsito nas cidades é indescritível. Portos não funcionam. O governo investe errado. Basta sair de casa para ver.

Não é necessário mais um estudo do Ipea para saber que os aeroportos não ficarão prontos a tempo, basta circular. Eles permanecem congelados no tempo e nos problemas. Nem é pela Copa. É por nós e agora que eles precisam avançar. Joseph Blatter irritou as autoridades mas estava certo, e o governo agora usará o atraso como álibi para não cumprir os procedimentos em obras públicas. O PAC não era um supersistema gerencial que permitia ter o controle do andamento dos projetos?

Num país onde falta tudo, a maior obra de infraestrutura, que vai consumir mais da metade do orçamento para ferrovias dos próximos anos, é o polêmico trem-bala. Ele foi aprovado no Senado esta semana depois de um debate entre especialistas de diversas áreas. Foram desde o BNDES até especialistas independentes, com análises técnicas do projeto. Ótimo momento para que os senadores entendessem em que estavam votando. Lá, foi dito que não há estudo de engenharia detalhado, portanto, não se sabe quanto a obra custará, de fato. O governo defende o absurdo de o Tesouro ser o garantidor de R$ 20 bilhões emprestados pelo BNDES. O Estado empresta, o Estado avaliza se o executor der o calote, o Estado será sócio, o Estado dará ainda um subsídio direto de R$ 5 bilhões. Tudo com o nosso dinheiro. A ideia em si de uma ligação por trem-bala entre Rio e São Paulo é sedutora. O diabo está nos detalhes, principalmente nos que nós não conhecemos porque fazer uma obra em que haverá escavações de rocha e indenizações sem um estudo detalhado é uma insensatez. Mesmo assim, a relatora Marta Suplicy (PT-SP) apresentou um parecer favorável à obra no dia seguinte desse debate em que foram apresentadas tantas dúvidas técnicas. Um detalhe revelador: a relatora não acompanhou o debate e a apresentação dos técnicos. Não se deu sequer ao trabalho de ouvir os riscos mostrados pelos especialistas sobre o assunto que relatou favoravelmente no dia seguinte.

Comportamento diferente teve a oposição e certos senadores da base do governo que acompanharam com atenção o debate. Ricardo Ferraço (PMDB-ES) é um desses que faz parte da base do governo, mas que ouviu tudo e fez uma comparação interessante: com uma fração, não mais que 10% do preço atual do trem-bala, poderia ser feito no seu estado o que se quer há décadas: a dragagem do porto de Vitória.

Há oito anos, no começo do período Paulo Hartung, o governo estadual tentou fazer a dragagem e foi impedido porque tinha que ser uma obra federal. O governo federal disse que faria e não fez. Lá, só podem entrar navios pequenos, e na maré cheia. Isso num estado que quer tirar o melhor proveito de sua vocação logística.

Fiz um programa sobre turismo na Globonews tentando entender o que mais — além do câmbio desfavorável — atrapalha o turismo brasileiro, porque o país no ano passado teve déficit de US$ 10 bilhões na balança de turismo e nos primeiros dois meses deste ano o déficit está aumentando. Um país com tantas belezas e com atrações para todo o tipo de turismo, o que nos atrapalha? André Coelho contou que a pesquisa de conjuntura de turismo que a Fundação Getulio Vargas faz com 80 presidentes de operadores de turismo acaba de mostrar aumento de faturamento no setor. Ele cresce puxado pelo aumento da classe C. Mário Moysés, da Embratur, disse que falta “conectividade”, poucos vôos ligam o Brasil aos países dos quais podemos atrair turistas. Há poucos aeroportos de chegada e os grandes estão superlotados. Numa pesquisa feita pela FIPE, turistas que deixavam o país reclamaram, entre outras coisas, da falta de algo fácil de resolver: falta sinalização que eles possam entender. O turista se sente perdido no Brasil.

Quinta-feira tive um dia desses típicos de qualquer brasileiro quando precisa circular pelas cidades em horas de pico e pegar voos de ida e volta. Saí muito mais cedo de casa, contando com o trânsito caótico. No caminho, fui trocando de celular porque a TIM e a Vivo têm cada vez mais pontos cegos na cidade e a ligação caia. O celular de Alvaro Gribel, que é da Oi, também não pegava ontem na casa dele. A internet banda larga cai com frequência. Tenho reclamado com a TIM há um mês, sem solução, porque para falar no celular eu tenho que sair de casa; dentro de casa não há cobertura. O motorista de taxi me disse que ouve o mesmo de todas operadoras. Estamos retrocedendo.

No aeroporto, meu voo não aparecia na visor, o que me obrigou a ir duas vezes ao balcão de informação. Lá, soube de duas trocas de portão. Um estrangeiro se perderia, pensei. Quando cheguei à aeronave, um estrangeiro estava sentado no meu lugar. Fui conferir o bilhete dele e o assento estava certo mas ele estava num voo para Vitória, quando seu ticket era para Guarulhos.

Na volta, encontrei filas gigantes para táxi no aeroporto Santos Dumont. Fui salva por uma carona do professor Antônio Barros de Castro, que definiu tudo numa frase brilhante: “A China não sabe não crescer, e nós não sabemos crescer.” Assim, cada vez mais caótico, tomando decisões insensatas e negligenciando tarefas simples, o Brasil aguarda os grandes eventos internacionais.

COMENTO:
A falta de infraestrutura aliada a péssima qualidade de nossa mão de obra de nível médio tornam as coisas muito difíceis para nosso país.
Investimento em qualidade de ensino e em infraestrutura deveria estar no sangue da política brasileira e não ficar na dependencia de grandes eventos esportivo.