sábado, 18 de abril de 2009

Aflições médicas:2ª parte

Quando voce trabalha num local onde pode exercer uma medicina de ponta,com tranquilidade, o baixo salário assume uma importância menor na motivação.
Quando te dão péssimas condições de trabalho,os baixos salários passam a exercer uma influencia maior na sua motivação.
Quando voce tem que atender 20 pacientes em 4 horas apesar da recomendação da OMS de 12, óbviamente ,que a qualidade do serviço prestado cai.Como não sobra muito tempo para fazer uma boa anamnese, estreitando a relação médico paciente,o médico sai pedindo tudo que é exame.Faz isso para se resguardar de possível erro médico,já que não tem tempo nem de examinar o paciente.Lógicamente que tal atitude tem um custo altíssimo ,gerando os famosos déficits orçamentários.Não há tempo para raciocinar e o médico que está no front tem que resolver o problema da demanda naquele momento.
Está aí o ciclo vicioso do mal:atende-se muito em pouco tempo, caindo a qualidade e aumentando custos.No fim não se consegue financiar esses gastos o que provoca falta de investimentos e nova queda nas condições de trabalho.
Na minha modesta opinião, o médico só poderia ter um emprego público com horário integral de 40 horas semanais mas com um salário compátivel.Qual seria esse salário?Penso que em torno de 12 a 15 mil reais.Não devemos esquecer que o médico tem que se manter atualizado e isso também tem um custo pois os cursos e livros são muito caros.
Outro dia compei um livro de atualização em clínica média pelo valor de 600 reais.Lógicamente paguei em 5 parcelas para não comprometer meu orçamento.
Esse aspecto é apenas mais um fator na aflição do médico que vive com alto nível de stress já que precisa de 2 ou 3 empregos para viver.Se desloca o dia inteiro para dar conta dessa carga horária apertada.Quando vai chegando 11 horas da manhã já começa a torcer para não acontecer nada,já começa a diminuir o ritmo, a se esconder para não pegar pacientes extras pois precisa chegar as 13horas no outro emprego.

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