quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Duas postagens e um comentário

Retirado de http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
05/08/2010

Teerã agora diz que iraniana é homicida e confirma execução; Marco Aurélio Garcia diz que, “obviamente, nada muda” na relação Brasil-Irã

Por Jamil Chade, no Estadão:

A Corte Suprema do Irã ignorou ontem apelos de defensores dos direitos humanos e atendeu ao pedido do Ministério Público para que a iraniana Sakineh Ashtiani seja executada. Em uma aparente tentativa de aplacar as críticas internacionais, Teerã mudou o teor da principal acusação contra Sakineh - de adultério para assassinato. O tribunal definirá na próxima semana se ela será enforcada ou apedrejada. Não cabe recurso.

Em entrevista ao Estado, Gholan Dehghani, diretor de Assuntos Políticos Internacionais da chancelaria iraniana, deixou clara a posição de Teerã: “Ela (Sakineh) é uma criminosa. E esse caso não é político, é criminoso”, disse. “A história foi apresentado como sendo de adultério. Mas isso é uma forma de enganar a opinião pública mundial. Essa mulher é acusada de assassinato e muitas coisas mais terríveis que eu não tenho nem coragem de descrever.”

Na terça-feira, o Irã disse que o presidente Lula só se ofereceu para receber Sakineh no Brasil porque não tinha informações sobre o caso. Segundo o assessor de Assuntos Internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, o chanceler Celso Amorim havia conversado três semanas antes com autoridades iranianas. Na ocasião, manifestou a preocupação do governo brasileiro com a situação de Sakineh. Aparentemente, a acusação de assassinato não foi mencionada. Garcia disse ontem que o desfecho do caso não altera as relações entre Brasil e Irã. “Obviamente, não vai mudar de jeito nenhum. Não tem razão para mudar.”

Grupos de direitos humanos alegam que a acusação de assassinato foi retomada para amenizar as críticas internacionais, uma vez que países como os EUA também preveem a pena capital para homicidas. “Há dois dias, voltaram a usar esse argumento para justificar sua execução”, disse ao Estado Mina Ahadi, ativista que vive refugiada na Alemanha e trabalha no apoio a Sakineh. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Tags: Irã, Sakineh Mohammadi Ashtiani



05/08/2010


Advogado de iraniana foge para a Turquia e pede asilo

No Estadão:

Um dos advogados da iraniana Sakineh Ashtiani foi detido ontem pelo serviço turco de imigração, ao cruzar a fronteira do Irã com a Turquia. Mohammad Mostafaei foi obrigado a fugir de Teerã há cinco dias, depois que sua família foi presa.

As Nações Unidas confirmaram que Mostafaei apresentou um pedido formal de asilo às autoridades turcas, o que abre a possibilidade de a ONU buscar um terceiro país para o qual ele seria levado em caráter definitivo.

Grupos de defesa de Sakineh Ashtiani, condenada à morte no Irã, pedem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que receba o advogado. “Se Lula está de fato comprometido com os direitos humanos e com esse caso, deveria oferecer asilo a Mostafaei. Com isso, mostraria que não estava blefando”, disse ao Estado a ativista Mina Ahadi, que lidera uma campanha internacional contra a pena de morte e apedrejamento de mulheres no Irã.

“Pedimos ao governo brasileiro que tome uma iniciativa concreta nesse caso, como uma prova de que não estava apenas usando o caso de Ashtiani para ganhar votos internamente”, disse a ativista.

Confirmação. Ontem, a Corte de Teerã realizou a última audiência sobre o caso da iraniana, na qual a condenação à morte foi confirmada. O tribunal ainda definirá se ela será enforcada, sentença para assassinato, ou apedrejada, tipo de execução destinado às adúlteras pela Justiça iraniana.

Ativistas da Anistia Internacional denunciam a perseguição ao advogado - conhecido por sua luta pelos direitos humanos - como uma tentativa de “intimidação de promotores dos direitos básicos”.

A ONG londrina de direitos humanos Human Rights Watch considerou o incidente um “assédio” promovido pelo governo iraniano. Segundo a organização, Teerã teria a intenção de enfraquecer a atuação de defensores de direitos humanos como Mostafaei dentro do território iraniano.

Abrigo. Ainda ontem, as Nações Unidas deram início a uma série de consultas a seus Estados-membros para saber da disposição dos governos para receber Mostafaei.

“Estamos monitorando o caso bem de perto”, disse Metin Corabatir, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) na Turquia. Conforme a agência de notícias Associated Press, iranianos não precisam de visto para entrar na Turquia e Mostafaei teria sido detido por “problemas no passaporte”.

“Todos os canais estão abertos para que Mostafaei possa se candidatar a receber refúgio no exterior”, declarou Corabatir à agência de notícias Associated Press, em Ancara, capital da Turquia.

A Noruega foi uma das nações que mostrou disposição para receber o defensor dos direitos humanos. Outros países europeus se manifestaram preocupados com a situação do advogado e pediram à ONU uma solução rápida para o caso.

Na segunda-feira, o sogro e o cunhado de Mostafaei foram libertados da prisão onde eram mantidos em Teerã. A mulher do advogado continua detida pelos órgãos de segurança do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Há quatro dias, a filha do casal comemorou seu sétimo aniversário, sem os pais. / J.C.

Para lembrar
Antes de chegar à Turquia, o advogado Mohammad Mostafaei esteve desaparecido desde o dia 23, depois de ter sido interrogado por autoridades iranianas no presídio de Evin, em Teerã, de acordo com a ONG Anistia Internacional. Além de defender a iraniana Sakineh Ashtiani, ele mantinha um blog na internet no qual pedia o fim da prática do apedrejamento. O advogado defendeu outras 13 pessoas condenadas à morte por apedrejamento no Irã, das quais 10 estão em liberdade, e ofereceu-se voluntariamente para cuidar do caso de Sakineh.

Por Reinaldo Azevedo

COMENTO:
O Brasil assim como todo ocidente não conhecem as peculiaridades dos muçulmanos,da cultura árabe e persa.Por isso fazem tantas besteiras.
Estão precisando ler mais A Arte da Guerra de Sun Tzu.

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