domingo, 4 de outubro de 2009

ENEM

Retirado do blog do Reinaldo Azevedo

ENEM – HADDAD, UM AÇODADO CHEIO DE SI
domingo, 4 de outubro de 2009 | 7:59

Fernando Haddad, ministro da Educação, ao lado de Celso Amorim — um pouco abaixo porque ninguém é tão alto quanto Amorim em ações desastradas —, é uma das mais vistosas incompetências do governo Lula. Mas sabe, para usar uma metáfora da guerra, movimentar os tanques como ninguém. A gente tem sempre a impressão de que algo formidável está acontecendo ou está para acontecer. Sabe como ninguém produzir estatísticas e vendê-las para certo jornalismo — especialmente aquele que não sabe a diferença entre porcentagem e ponto percentual. Outra hora volto a esta questão em detalhes. Quero me ater aqui ao Enem e à saída usada pelo valente, que decidiu, ele também, atacar o TCU.

Na correria, na pressa, Haddad houve por bem que era hora de acabar com os vestibulares das universidades federais, convidando todas as universidades públicas do país a fazerem o mesmo. Passar-se-ia a usar a prova do Enem como peneira para selecionar os alunos. Foi ovacionado por todos — aliás, Eremildo, o Idiota, foi um dos mais entusiasmados. Ruins de lógica, Haddad, Eremildo e a turma toda não se deram conta de que, decidido (como fez a maioria das federais) que o Enem seria a porta de acesso à universidade, o exame acabara de se constituir, por óbvio, num novo… vestibular!!! Antes que os “educólogos” gritem, peço que leiam bem o que escrevi: “novo vestibular” - ou, se quiserem, um “vestibular renovado”. Mas vestibular ainda assim.

O que antes poderia ser feito com certo descompromisso e condições apenas médias de segurança passou a exigir rigor absoluto, o mesmo que há nas provas das universidades mais concorridas do país. Haddad é, como direi?, um produtivista; tem certa ânsia pelo “nunca antes da história da educação”; é bom de política e de marketing. Resultado: cheio de si mesmo, acabou liderando um processo obviamente inepto. Revelados os detalhes de como operavam as empresas que cuidavam da prova, descobriu-se um esquema espantosamente amador para a importância que o Enem havia assumido. Ele, evidentemente, não se dá por achado. Segundo disse, parte da responsabilidade caberia ao TCU, que impediria a ação da Polícia Federal na segurança do exame — ou qualquer bobagem do gênero.

Ora, Enem não é mesmo caso de Polícia — não era, ao menos, até havia pouco. Garantir a segurança e o sigilo é tarefa do Ministério da Educação e da empresa contratada, regiamente paga para isso. Reclamações sobre o local das provas já pipocavam país afora. Segundo o ministro, culpa do estudantes, que erraram ao se inscrever para o exame na Internet. A gente sabe a dificuldade que a garotada tem com essa ferramenta hoje em dia…

O histórico de uma das empresas, já envolvida antes em caso de quebra de sigilo de prova, evidencia a rigidez do processo… Trapalhada, sim! Trapalhada da soberba. O Enem, do modo como Haddad encaminhou a coisa, se transformou num vestibular de dimensões patragruélicas. E tem de ser executado com muito mais técnica e cuidado do que o sua vocação para a ligeireza marqueteira.

COMENTO:
Tudo isso é fruto do improviso, jeitinho brasileiro e descaso com a educação que reina há muitos anos no país.
Nossos políticos são afetados pela pior doença que existe:Egoísmo e orgulho.Prevalece o interesse individual sobre o coletivo.
Vivem de marketing político e um povo sem educação e noções de moralidade e civismo são seus sustentáculos.Por isso a eles interessam o status quo.

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