quinta-feira, 18 de março de 2010

LULA E ORIENTE MÉDIO: UMA LÁSTIMA

Da Agência Estado, 18/03/10, às 13:08
Lula chama premier jordaniano de 'turco'

por Denise Chrispim Marin, enviada especial

Com deslizes já repetidos em outros países árabes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou hoje sua visita ao Oriente Médio. Assim como no caso imediatamente anterior, na Turquia, o constrangimento de boa parte da plateia a quem Lula se dirigia começou quando ele defendeu que o Brasil deveria agir como um "mascate". Lula trocou o nome do primeiro-ministro jordaniano, Samir Rifai, chamou-o de "turco" e ainda designou a Jordânia como um país pobre.

As gafes ocorreram durante o improviso do presidente no Seminário Brasil-Jordânia: Perspectivas de Comércio e de Investimentos, que reuniu cerca de 500 empresários jordanianos, brasileiros e iraquianos. Lula lembrou que todo mascate - a profissão de vendedor ambulante, adotada por muitos sírios e libaneses - era chamado carinhosamente de "turco" no Brasil.

Uma vez mais, mostrou-se alheio ao fato de que, no Oriente Médio, tal designação não cai bem, dadas as lembranças dolorosas do período de domínio do Império Otomano na região. Essa ocupação foi um dos fatores que provocaram a massiva emigração de sírios e libaneses, obrigados a portar passaporte turco, no início do século 20.

"O Salim deveria ser tratado de turco", afirmou Lula, dirigindo-se a Samir Rifai. "Aqui tem muita gente com cara de turco. Ou seja, (a pessoa) que coloca um monte de peça de pano debaixo do braço e sai de casa em casa batendo palma e vendendo."

Lula concluiu com a associação do trabalho do mascate à sua política de privilegiar as relações comerciais do Brasil com países pobres, em uma referência direta à Jordânia. "O mascate não vai na Avenida Paulista, não vai no Morumbi, não vai nas ruas dos ricos. Ele vai nas ruas da periferia, onde o pobre pode comprar para pagar em suaves 12 prestações, 24 prestações ou mais", afirmou. "Eu achava que o Brasil pudesse ser assim."

COMENTO:
Essa viagem de Lula ao Oriente Médio foi uma lástima, uma vergonha para o Brasil.
Demonstrou total desconhecimento da história, da cultura, da mentalidade e outras particularidades da região.
Se recusou a depositar flores no mausoléu de Theodor Herzl, idealizador de Israel, que nunca matou ninguém mas depositou flores no túmulo de Arafat, hoje reconhecidamente como corrupto que perdeu a grande chance de paz com Israel e que tinha as mãos sujas de sangue.
Não sabe ainda diferenciar Arabes de Otomanos e talvez de Persas.Será que cometerá a mesma gafe no Irã?
Quer ser mediador do conflito defendendo apenas um lado?
O conflito no OM é extremamente complexo, envolve fatores históricos, jurídicos e culturais.É necessário conhecimento aprofundado desses itens, além é claro da isenção, para se candidatar a essa função.
Foi tudo muito lastimável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário