segunda-feira, 14 de junho de 2010

Disputa pelo mundo muçulmano

Fatos Políticos que Afetam a Todos Nós – por Herman Glanz

domingo, junho 13, 2010

Está na ordem do dia a grande campanha contra Israel em virtude da operação de bloqueio naval à Faixa de Gaza e o problema do Irã em busca de sua tecnologia nuclear e balística, que mereceu apoio do Brasil e a consequente condenação do Irã no ‘Conselho de Segurança das Nações Unidas’, com novas sanções. Em vista da operação contra a tentativa de furar o bloqueio de Gaza, Nicarágua rompe relações com Israel e Vietnam suspende visita do Presidente Shimon Peres, que, estando na Coréia do Sul, a visita foi proclamada de trabalho e não oficial. Mas passa despercebida a política externa do governo Lula, cujas ligações com a Coréia do Norte são pouco divulgadas. E deve ser lembrado que a Coréia do Norte, neste mesmo período, afundou navio da Marinha sulcoreana, matando 46 marinheiros, e nada se ouve a respeito, passando em branco na política mundial, demonstrando a divergência de interesses.

Conforme artigo no ‘Asia Times’ de Bangkok, Brasil ocupa o terceiro lugar no comércio com a Coréia do Norte, atrás da China e Coréia do Sul. A Coréia do Norte está perseguindo a construção de artefato nuclear, já tendo feito experiências, e constrói mísseis balísticos intercontinentais, mantendo estreitos contatos com Irã nestas áreas. Analistas internacionais dizem que o Brasil está sendo usado por possuir credibilidade e ter assinado o ‘Tratado de Não Proliferação’, mas que o Brasil, sob Lula, por outro lado, deve ter interesse em experimentar a tecnologia que já detém do processamento nuclear, usando esses países, e busca também completar sua tecnologia balística, depois de um teste mal sucedido. O governo comunista da Coréia do Norte, uma ditadura violenta, já tem história com o Brasil, financiando a guerrilha contra o Governo da Revolução de 1964, tendo ajudado Carlos Marighella, e inclusive construiu, em Porto Alegre, em 1970, campo de treinamento para guerrilheiros da Ação Libertadora Nacional e Vanguarda Popular Revolucionária, tendo recebido militantes dessas organizações para treinamento em táticas militares de guerrilha.

A ligação do Brasil com o Irã nuclear e balístico, e também com a Coréia do Norte, mostram a inclinação brasileira em busca de se inserir no campo dos detentores dos artefatos nucleares, pois dos chamados BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, o Brasil é o único não nuclear. Correr atrás dessa tecnologia poderia fazer Lula imbatível em ano eleitoral, se fosse obtida imediatamente, mas as novas sanções do ‘Conselho de Segurança das Nações Unidas’ contra o Irã, isolando Brasil e Turquia, representam um revés, inclusive quanto ao pretendido assento permanente naquele Conselho de Segurança e ao pretendido lugar para Lula de Secretário-Geral das Nações Unidas, além de prejudicar o interesse comercial, pois as sanções afetam as relações comerciais e as empresas que transacionam.

As ligações com o Irã trazem implicações mais sérias para o Brasil, dada a política iraniana de ostensiva animosidade contra Israel e os judeus. Não se diga que se trata só de conflito contra a ‘entidade sionista’. Martin Luther King já dizia que, quando alguém fala ser antissionista, é antissemita mesmo. E Ahmadinejad, que nega o Holocausto, o que por si só já é antissemitismo, já declarou lamentar que todos os judeus não estejam concentrados em Israel, pois facilitaria a exterminação. As boas relações do Brasil com o Irã tem o perigo de fazer aportar terroristas aqui, principalmente quando Hizbollah, aliado do Irã, já está nesta área. Embora muitos considerem improvável ato de terror nestas bandas, (sempre as pessoas acham que é improvável), pois prejudicaria a Lula, devemos entender que a mentalidade do Irá, da Coréia do Norte e da Turquia é diferente da nossa. Irã sonha com sua conquista nuclear para ser potência muçulmana, suplantando a maioria sunita; sonha com a restauração do califado. A Turquia, sob Erdogan, seu atual dirigente, voltando-se para o fundamentalismo, sonha restabelecer o califado otomano. E nesse meio, figuram Israel e os judeus do mundo, tal qual o marisco entre o mar e o rochedo.

O recente episódio da Flotilha de Gaza, que pretendia romper o bloqueio naval de Israel contra a entrada de armas do Irã para o Hamas, sob o disfarce de ajuda humanitária, quando foi verificado que o barco ‘Mavi Marmara’ não trazia uma só peça de ajuda humanitária, serve de pretexto para lançar Turquia e Irã na arena internacional usando sua luta contra Israel. A declaração iraniana de que irá escoltar militarmente novos barcos para furar o bloqueio de Gaza, significa desejar confrontação, aumentando a tensão no local, podendo se espalhar pelo mundo afora. Outros países muçulmanos, especialmente os árabes, pois Irã e Turquia não são árabes, mostram preocupação, especialmente sendo sunitas e não xiitas. E tudo isso afeta a todos nós, podendo chegar por estas bandas, até agora tranqüilas, embora não esquecendo os atentados em Buenos Aires de 1992 e 1994.

COMENTO:
Há uma disputa pela liderança do mundo muçulmano entre os Persas(Irã), Árabes e Otomanos mais recentemente(Turquia).Primeiro se unem através de um inimigo comum,Israel,que representa os valores ocidentais e depois de destrui-lo lutaram entre si.
O envio de navios de guerra escoltando navios de ajuda humanitaria pelo Irã para furar o bloqueio a Gaza deve ser entendido como uma declaração de gurra a Israel.É melhor o mundo Ocidental se colocar contra essa atitude do Irã e pressiona-lo a não fazer isso pois as cosequencias podem ser graves.E depois não adianta colocar a culpa em Israel.
Um Irã nuclear é perigo também para a Europa mas acho que ela ainda não se deu conta que Gaza é bem perto dela.

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