sábado, 16 de abril de 2011

Para sua diversão

Rolando na Rede
Trinta anos depois

Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava pendurado na parede.

Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei de um moreno alto, que tinha esse mesmo nome.

Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás, e eu me perguntava: poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado à época?

Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente afastei esse pensamento do meu espírito.

Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, com um rosto marcado, profundamente enrugado, era demasiadamente velho pra ter sido o meu amor secreto.

Depois que ele examinou meus dentes, perguntei-lhe se ele havia estudado no Colégio Sacré Coeur.

— Sim, respondeu-me.

— Quando se formou? perguntei.

— 1965 . Por que esta pergunta?

— É que... bem... você era da minha classe, eu exclamei.

E então esse velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, lazarento, esclerosado, me perguntou:

— A senhora era professora de quê?

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